quarta-feira, 27 de julho de 2016

SUSANA BALBO SIGNATURE

  UM GRANDE MALBEC  


Gosto e muito dos vinhos da Susana Balbo, de fato já escrevi sobre o alta gama Ben Marco Expressivo e sobre o Chardonnay da sua linha de entrada, o Crios.
Mas este Signature Malbec 2011 merece un parágrafo aparte; vinho que se coloca no meio entre o Ben Marco e o Ben Marco Expressivo no segmento de preços e dum RPQ excelente.
Um vinhaço que conquistará absolutamente todos os paladares. 



Este vinho é o seu vinho de autor, é sedutor e versátil, guloso, pelo que é difícil não cair nas suas redes; é um vinho fácil de beber mais complexo ao mesmo tempo, para quem possui um palato mais refinado e gosta de ir descobrindo o vinho taça a taça.
No meio entre corpo médio e de grande corpo, muita fruta e taninos amáveis, bem aveludado ...final cumprido, persistente e aditivo.

Na faixa dos 130 reais aqui, se procurar alguns Empórios com preços antigo. Tem aporte dum 10 % de Cabernet Sauvignon e passa 13 messes em barrica, maiormente de primeiro uso.Vinho redondo, super recomendável e com bom potencial de guarda.







segunda-feira, 25 de julho de 2016

LUIS CAÑAS CRIANZA 2009


FRESCO, SUCULENTO E VERSÁTIL




Mesmo sendo das primeiras linhas desta vinícola, este Luis Canas Crianza 2009, um Tempranillo riojano com um mínimo aporte de Garnacha (5%), é em relação preço qualidade na Espanha um dos meus preferidos.

É um vinho que passa 12 messes em barricas e mais 9 engarrafado antes de sair ao mercado.
Enquanto o Tempranillo aporta essa nariz bem típica dos vinhos riojanos, o pequeno aporte da Garnacha da essa framboesa, da o toque guloso ao vinho

É um vinho que encanta a todos os paladares pois é fácil de beber, fresco, frutado, de corpo médio, mas os 12 messes de madeira dão estrutura para os que procuram algo a mais. Um vinho redondo, suculento, gastronômico, com taninos suaves (pouca aspereza) e um final persistente e agradável.
Versátil, pois acompanha bem um peixe gorduroso, pratos especiados e frios como o jamón serrano e o omelette de setas que eu mandei na foto no La Boquería, em Barcelona.




Agora o grande problema, na Espanha é um vinho de 8/9 Euros...aqui tanto a importadora Decanter (indisponível no momento) quanto o Vinomundi vendem a  safra 2012 a salgados 136 reais.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

CASTELL DEL REMEI ODA 2008

BOA SURPRESA CATALÃ

Blend de Merlot,Cabernet Sauvignon e Tempranillo, este vinho D.O (denominação de origem Costers del Segre, em Lleida) resultou uma agradável surpresa.
Sugerido por uma loja de vinhos em Barcelona, topei em compra-lo por volta de 12 euros e traze-lo na minha mala. 
Passa 12 messes em barricas francesas e americanas e aposta ao Merlot como uva principal e ao Cabernet como segunda,o que deixa ele com um ar bordalês...mesmo não aparecendo no rotulo, juraria que o corte inclui o Syrah. 
Se apresenta duma cor rubi, cereja escura e em nariz aparecem quase que a família dos berries completa, junto com notas especiadas, tostados, bem convidativo
Em boca é fresco, saboroso, equilibrado, um vinho diferente aos espanholes que me acostumei a beber.
Foi ha dois anos vinho do trimestre na Ibéria, boa iniciativa da aerolinha espanhola que aproveita a grande vitrine de seus voos para mostrar as diferentes regiões e tipos de vinho que o pais produz. 
Não é um vinho do qual me arrependa não ter trazido mais garrafas, mas gostei sim, 12 Euros bem investidos.
Aqui era importado pela Mistral (indisponível no momento e sem preço online) mas acho que eles agora só importam um branco desta vinícola.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

MUSEO VERONICA VOLUME II

 NA PROCURA DA PEDIDA PERFEITA 

Continuo descobrindo sabores neste espanhol bom e barato em Moema; não todos os pratos brilham e o restaurante precisa evidentemente duma cozinha mais equilibrada, para não arriscar tudo e não depender do humor final do cliente em função da escolha.
Porem, como descrito na matéria anterior http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2016/06/museo-veronica-sao-paulo.html  a proposta do Museo Verônica é digna de ser valorizada; cozinha espanhola a preços razoáveis. 

Entre os que sim brilham estão estos Buñuelos de Morcilla, morcela suculenta e molhadinha levemente empanada. Entrada que leva os palmares, custa 20 reais e 6 unidades grandes satisfazem e muito bem um casal. A morcela é de boa qualidade e a sua execução perfeita.


Também bem executados, este Cazon (peixe) empanado, na mesma faixa de preços, agradou vários paladares, porção menor em tamanho, mas igualmente uma boa pedida. 
Textura meia mole por dentro e fritados em bom azeite.

O mix de frios não emocionou, o fuet, o chorizo e a sobrassada estão bem, corretos, mas para mim corretos não é suficiente para pedi-los de volta. Pode funcionar numa saída a quatro para ir beliscando com o bom pão que é servido na mesa é não é taxado...mas longe na minha opinião com os grandes frios da Espanha.


Tampouco o prato de mix de queijos (manchego, cabra e mais um) mostrou um sabor marcante e surpreendente; um tira-gosto, mas não como para sugeri-lo. São corretos mais não especiais.


Para os fans do shitaki, uma boa pedida é o "ovo con setas", shitakis no ponto e um ovo que pede por explodir e unta- los; umas virutas de jamon serrano completam a entradinha...talvez uma viruta e a presencia maior do jamon serrano o virariam uma grande entrada.




A varandinha, gostosa e amplia é um grande diferencial, embora o salão interno seja agradável.

O pulpo a la gallega, polvo como fazem em Galicia, Espanha(foto do capa), esta bem, mas a 52 reais não sei se o pediria de novo.
Careceu daquilo que um bom polvo a la galega precisa: ser crocante o suficiente por fora e carnudo e suculento por dentro; faltou algo de tempero nas batatas cozidas, esse algo a mais para emocionar.

Nas sobremesas, cumpriu a boa tarta de Santiago, 14 reais, em porção generosa onde garfam dois.






Menos agraciada foi a torta de queijo e uva passa...faltou leveza e certa elegância, mas para quem quer quantidade e não tanta sofisticação, acabar a refeição com um sabor doce na boca, o valor cobrado, 10 reais o vira uma sobremesa de boa RPQ.













Proposta inquestionavel, em pleno Moema mas com uma cozinha que precisa dum equilíbrio maior.

Museo Verônica
Rua Tuim  370 SP

terça-feira, 12 de julho de 2016

GASTRONOMIA- MADRI -LA BARRACA

 CARO E NÃO MEMORÁVEL  

Na hora de escolher o lugar para provar a verdadeira paella espanhola decidi consultar varias fontes, e muitas coincidiram neste restaurante do centro de Madri.
Bem tradicional, senhorial, dividido em vários salões, requintado mas sem ser luxuoso...decoração bem valenciana.tinha tudo para dar certo, mas o resultado final foi de satisfação, não daquele algo a mais que fomos procurar.

Começamos e muito bem pelo serviço, atento, amável da garçonete chinesa e do maitre, que aprovou a nossa escolha dum Riesling de Torres para acompanhar a comida.

E  a comida provocou os primeiros suspiros logos de cara: deliciosos mexilhões recheios, entrada para dividir na faixa dos 10 Euros.
Mexilhões gordos, carnudos, bem apresentados e sutilmente gratinados... entrada boa, farta e relação preço qualidade excelente.





Com certeza o riesling não era o parceiro ideal nem para os mexilhões nem para o principal, mas queria matar a curiosidade dum riesling espanhol por sobre um chardonnay, mais untuoso e que harmonizaria melhor.

Os 34º de Madri no 3 de Junho as 14 horas suplicavam por um branco fresco, doce e com toques florais; bom exemplar, diferente dos riesling que já conhecia.

No principal, perante o amplo leque de opções e de tipos de paellas e arroces, fomos  na paella marinheira da casa.
O arroz estava no ponto, frutos de mar abundantes, boa apresentação, camarões grandes e médios...o prato foi correto, até bom, mas não memorável, não aquele arroz que te faz suspirar e que provocam gemidos nas tuas papilas gustativas.


Esperava mais, muito mais...de fato quando pedi a conta e soube que o preço de 22 Euros eram POR PESSOA e não pelo prato aí a casa caiu.
 Mesmo com todos esse frutos do mar não é possível que uma paella saia na faixa dos 50 Euros (185 reais); não é logico, não faz sentido que uma matéria prima base (o arroz) tão econômica seja valorizada de tal forma num restaurante.
A relação preço qualidade do lugar despencou de vez e a minha relação com o restaurante, a minha percepção do que tinha recebido pelo que paguei não me fechou.

Mais de oitenta euros para dividir uma entrada, uma paella e um bom branco é caro demais para Madri e realmente não se justificam...o arroz não é tão bom assim.




Restaurante La Barraca
Calle de la Reina 29, Madrid






segunda-feira, 11 de julho de 2016

BUENOS AIRES - COCU

 Excelente Boulangerie Francesa 


Buenos Aires possui uma vasta e boa quantidade de padarias, muitas delas artesanais.
A qualidade das padarias portenhas é indiscutível, e eu morro por degustar essas media luas o outras "facturas" cada vez que volto a minha cidade.
Mas existem outras opções para quem quer sair do dia a dia e esta opção francesa é interessantíssima,

Apos do sucesso de L´epi em Buenos Aires, a quem devo uma matéria, apareceram outras opções na cidade e esta chegou chegando, com um gostoso e saboroso leque: Croissants leves tipicamente francesas, pain au chocolat, pães especiais, croissant aux amandes entre outras.




Se respira no ar um cuidado francês para a preparação e a apresentação dos produtos. que resulta numa grande opção na cidade, um  cafe da manha diferente.


Especial menção aos pães caseiros, experimentei um par deles  que foram executados com mestria... perfeito equilíbrio entre leveza y sabor.












Digníssima proposta francesa, autentica, no coração de Palermo em Buenos Aires












Cocu
Malabia 1.510 Palermo  - Buenos Aires


quarta-feira, 6 de julho de 2016

RIOJANOS: LUIS CAÑAS - MARQUES DE MURRIETA

Um tempranillo fino, elegante, bem estruturaod e complexo.

18 messes de madeira  e mais outros dois anos engarrafado antes de sair ao mercado para este grande Tempranillo com um pequeno aporte de Garnacha, Mazuelo e Graciano.
Nariz de expressividade media, floral.
Em boca é show!: equilibrado, saboroso, suculento; bem frutado e amplo.
Vinho de guarda, pelo que se sugere a sua oxigenação de ao menos 40 minutos em decanter.
É o carro chefe da vinícola, pelo que surpreende que numa produção desta escala o vinho consiga não perder a sua elegância.





LUIS CAÑAS CRIANZA 2009 


FRESCO, SUCULENTO E VERSÁTIL

Mesmo sendo das primeiras linhas desta vinícola, este Luis Canas Crianza 2009, um Tempranillo riojano com um mínimo aporte de Garnacha (5%),
é para A  Wine Spectator o melhor vinho do mundo em termos de relação preço qualidade; 
o universo de vinhos é tão grande que uma afirmação desse tipo só me gera rejeição, mas gostei do vinho e muito, e achei o RPQ dele excelente.

Vinho que passa 12 messes em barricas e mais 9 engarrafado antes de sair ao mercado.
Enquanto o Tempranillo aporta essa nariz bem típica dos vinhos riojanos, o pequeno aporte da Garnacha da essa framboesa, da o toque guloso ao vinho

É um vinho que encanta a todos os paladares pois é fácil de beber, fresco, frutado, de corpo médio, mas os 12 messes de madeira dão certa estrutura para os que procuram algo a mais. Um vinho redondo, suculento, gastronômico, com taninos suaves (pouca aspereza) e um final persistente e agradável.
Versátil, pois acompanha bem um peixe gorduroso, pratos especiados e frios como o jamón serrano e o omelette de setas que eu mandei na foto no La Boquería, em Barcelona.


Agora o grande problema, na Espanha é um vinho de 8/9 Euros...aqui tanto a importadora Decanter quanto a Vinomundi os vendem a salgados 200 reais. 

 
Experimentei também as safras 2010 e 2011, esta ultima a menos agraciada das três. 



 LUIS CAÑAS SELECCION DE FAMILIA 2009  



 As uvas destinadas aos seleção de familia são de vinhedos de 45 anos, de solos fracos e de produção baixa.
Aqui o blend é 85% tempranillo e 15 duma serie de varias castas diferentes.
Vinho mais potente, mais estruturado, passa 20 messes em barricas novas, tanto americanas quanto francesas.
O resultado é a dum vinho com caráter e personalidade, com taninos ainda amáveis e que. apos uma decantação de meia hora, se mostrou suculento, voluptuoso. final persistente e amplo mas não de sonho.
Nariz de fruta madura, algo balsâmica.
Gostei dele, mas não me apaixonei...na faixa dos 18 Euros na Europa e de 265 reais aqui.



segunda-feira, 4 de julho de 2016

BUENOS AIRES - LAS PIZARRAS

 AUTENTICA COZINHA DE AUTOR  



Gosto e muito de este tipo de empreendimentos. Um dono que é chefe de cozinha e poucos atendentes.
Me atrapa logo de cara essa ideia, onde o chef "assina" a suas criações e o esmero esta em cada um dos detalhes do prato e nem tanto na decoração nem no serviço sobre dimensionado (o que habitualmente esconde imperfeiçoes na cozinha).




A proposta é boa, muito boa por sinal...numa maratona gastronômica que eu fiz em Buenos Aires, esse jantar me pegou sem tanta fome assim, pelo que decidi me focar nas entradas e dividir só um principal com a minha esposa.
A ideia era testar este tipo de restaurantes que em Buenos Aires particularmente tem crescido e muito nos últimos 6 anos.




Bem apresentados, super saborosos e suculentos os carnudos camarões sobre um colchão de salada (foto do capa), grande começo!




As mollejas de cordeiro foram de longe as estrelas da noite, digo enquanto a criatividade...uma harmonia perfeita entre texturas: a crocancia da molleja, a untuosidade da gema do ovo, o amargor da vinagreta da mostarda de Dijon, a densidade da batata e o frescor dos vegetais...grande execução...mas POCA QUANTIDADE. Não me lembro do valor pagado, mas igualmente esperava um prato um pouco mais generoso.

No único principal fomos de uma carne de caça com purê de batata e ratatouille...talvez faltou algo de maciez na carne, talvez matura la por mais tempo, mas em qualquer caso uma boa pedida e uma boa escolha da qual não me arrependo.  




O Durigutti Bonarda 2010 acompanhou e muito bem a refeição...talvez para a carne de caça seja necessário um vinho mais potente, mas a uva bonarda acostuma ser uma boa aliada na hora de pedir vários pratos de diferentes carnes e frutos do mar.
Pode escolher vinho em taça se preferir, e ir num chardonnay para os camarões, um bonarda/malbec para as mollejas e um Cabernet Sauvignon reserva pra o principal. 

Falando de vinhos, excelente carta!, num restaurante de autor o cliente não espera os clássicos, mas aqueles vinhos de produção a escala menor de adegas que querem crescer no mercado, alem dalguns consagrados: exemplares das adegas Durigutti, Mauricio Lorca, Carmelo Piatti, Ricardo Santos e Melipal aparecem na "Pizarra" de vinhos, só por citar alguns.... E PREÇOS LÓGICOS, não escandalosos.


O que não gostei?  Las Pizarras não fica no centro do glamour de Palermo Soho,  mas mesmo isso importando pouco na hora da avaliação, ao menos pra mim, ao mesmo tempo o salão não é confortável, o lugar tem as messas juntas demais até o ponto de perder a tua privacidade.
 Ainda mais: tudo esta em pizarras (losas), e já é desconfortável tem que se levantar pra ver aquela que escapa a teu angulo de visão.
Como contrapartida então, num lugar destas caraterísticas onde você sacrifica privacidade, glamour e um salão mais amplo, é preciso sentir algo que equilibre o que você resigna, que compense o que deixa de receber... pois os valores cobrados aqui são os do mercado, não mais baratos.

Imagina que esse desconforto sera recompensado pela visita do chef Rodrgio Castilla, que percorrera cada uma das messas e perguntara como foi tudo, confirmara se as suas criações foram altamente aceitas, aceitara elogios e criticas, dedicara alguns minutos para te fazer sentir em casa...que fara o seu papel de anfitrião em definitiva, que é a essência dum restaurante deste tipo.

Na minha visita num Domingo a noite de Maio isso não aconteceu (alem da garçonete, correta, correta até demais...fria diria para este tipo de bistrô).

Faltou isso, o que completa a magica duma refeição....aconchego, o que não é pouco.
As criações do chef sim, aprovadas e com folga.

Las Pizarras
Thames 2296  - Palermo