terça-feira, 31 de dezembro de 2013

LA MAR - EXCELENTE MENU EXECUTIVO

 (E PESSIMA CARTA DE VINHOS)

Esta claro que são Paulo é uma cidade cara para tudo, e para sair comer fora também.
Mesmo tentando lutar desde este pequeno espaço, aos poucos infelizmente nos vamos acostumando com isso.
Partindo desta base, um menu executivo a 49 reais num restaurante elegante é hoje, uma opção atrativa.

Mas ainda se o restaurante é do Gastón Acurio, dono do "Astrid & Gaston" em Peru, dos restaurantes melhor posicionados na AMerica Latina y embaixador dos sabores peruvianos com restaurantes espalhados pelo mundo.















O almoço executivo de LA MAR é excelente na relação preço qualidade, oferece entrada prato principal e sobremesa pelos 49 contos apontados.
O couvert é opcional a 9 contos por cabeça, mas vale cada centavo, essas mandioquinhas e batatas doces fritas sao uma perdição!!






As opções do menu propriamente  são muitas, uma duzia de entradas e principais e duas sobremesas a escolha.
Nos fomos dum tiradito chifa, perfeito na sua frescura, na combinação dos temperos (pimenta dedo -de moca, coentro) com os cítricos e a crocáncia dos amendoins... junto com ele  o cevichinho de lulas e salmão tinha um molho meio forte que invadia o prato todo, entrada generosa mas que eu não repetiria.,
















Dos principais minha esposa foi de peixe do dia com purê eu fui e acertei em cheio com o arroz:
uma explosão de sabores na boca, muita boa mistura de arroz, frutos do mar(fartos), ovos e temperos































A sobremesa talvez não acompanhou a excelência do menu, mas a essa altura nosso nível de satisfação era grande demais.









Resumo da Opera: LA MAR é uma grande opção ao meio-dia, e também uma boa opção a noite onde, sabendo pedir, é possível que a conta não atinja os 200 por casal (O povo grelhado deles é extraordinário e sai por 61), é bom se dar uma volta pelo site, ate porque o cardápio com preços esta disponível online.















A grande, grande pena foi a carta de vinhos...inapresentável, caríssima, não tinha nenhum branco a menos de 100 reais, a taca saía por 23!!
Os tintos igual, só um Tempranillo levinho por 90 e os outros bem acima de 110....fica a grande pergunta: PORQUE?
Não seria mas lucrativo para eles ter me vendido um vinho a 70 contos e ter ganho 25, do que os 11,40 que faturaram por dois refrigerantes?
Pode levar o seu, a 40 contos a rolha.

Aqui a conta, deu 70 cada, com o couvert, refri e o 10%.


Fiz uma nova matéria sobre La Mar, jantar neste caso
http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/08/la-mar-cebicheria.html

LA MAR CEBICHERIA
rua Tabapuã 1410, Itaim Bibi












sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

LE JAZZ

GEMIDOS NA MELO ALVES



Quando conheci o Le Jazz pela primeira vez, ha quatro anos na sua loja matriz na rua dos Pinheiros, era um francês com muita boa cozinha, se assemelhando aos bistrôs parisinos, e barato, ração pela qual vivia lotadíssimo,  conseguindo mudar até certas costumes paulistas: quem queria conseguir uma mesa devia chegar cedo, antes das oito, mesmo de segunda a sexta.

O sucesso levou aos donos, Chico Ferreira (o chef) e a Gil Carvalhosa a abrirem mais duas lojas, ésta da Melo Alves no Jardins e outra no Shopping Iguatemi com o mesmo impressionante resultado.
Os preços deixaram de ser baratos, mas estão longe de serem caros, oferecendo uma relação preço qualidade muito boa.

Nos fomos dividindo um cambembert empanado com mel (R$ 33) saborosíssimo!
Porcão que da para dividir bem e acompanha essa generosa fatia de pão italiano.






Nos principais está a estrela do restaurante na minha opinião: o suculento peito de pato inteiro (R$ 50), no ponto de cozimento justo e acompanhado com um cremoso purê de batatas, espinafre só puxado no aceite e pera.
O prato cheia todos os quesitos: é suculento o suficiente para ser pedido como único prato, sabores marcantes a cada mordida, a redução de balsâmico entrega uma doçura que harmoniza perfeitamente com o ponto mal passado do pato...a pera grelhada não aporta grande coisa, mas também não resta.







Só pra não deixar passar...o preço do prato é o mesmo daquele do Tapas Week do La Madrilena, lembram? escrevi ha pouco a nota sobre o evento,.trago a foto de volta aqui.. COMPAREMOS: .SEM PALAVRAS!




A agradável surpresa chegou no outro principal: O Hachis Parmentiere (baratos R$ 31), uma rabada desfiada grelhada misturada com purê de batata e um crocante de pão que complementa espetacularmente o prato.
Por dentro a carne e o purê se misturam na umidade justa, o mix de alfaces aporta uma textura diferente, necessária, alem do toque refrescante.




















Nos levamos nosso próprio vinho ( a carta deles não é barata), e cobram muito honestos R$25 a rolha.


Le Jazz é um francês de respeito, já não barato quanto antes, mas com preço justo considerando a qualidade dos produtos consumidos...e com um adicional: muito bom serviço: o purê de batatas acompanhando o pato chegou fora de temperatura, quando cobrado, foi imediatamente resolvido trazendo outro.
E assim que se faz!

A conta atingiu uns 160 reais p/os dois, com a rolha  e o 10% do serviço...longe de ser barato, mas não caro pelo oferecido.



OBS: na visita do 20 de Janeiro, este delicioso quiche do dia: cambembert, abobrinha, espinafre, ovo e especiarias...aprovadíssimo!




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

SO MALBEC

5 ADEGAS BOUTIQUE POUSAM EM SP







Da mão da  importadora Só Malbec (so-malbec.com) se apresentaram  na quinta 5/12 as cinco vinícolas que formam parte do seu portfólio; O evento foi na residência do Cônsul Argentino em São Paulo, um belo piso nos Jardins.
As cinco vinícolas trouxeram o que tem de melhor para se apresentar no mercado brasileiro, incluindo, o que é talvez TÃO importante quanto os próprios vinhos: a presença os donos das vinícolas e os winemakers, que deram verdadeiras aulas passando conhecimento.

Algodon, Altus, Piccolo Banfi, Tierras Altas e Vinorum. Apresentaram suas primeiras linhas, grandes vinhos em si próprios, até seus ícones de adega. Aqui não tem básicos de entrada ao mercado, massivos...cada um deles é a uma obra quase artesanal de cada um dos winemakers. 

Por uma questão de resistência claro, só degustei alguns rótulos, e os que mais me chamarão a atenção foram:


Algodon Malbec 2010: 
Bom rotulo, delicado, quase como antecipando o que vai oferecer.
Algodón seja talvez um dos responsáveis por relançar ao sul da província de Mendoza como outra grande região produtora de bons tintos; San Rafael viveu as ultimas décadas nas sombras de outros terroirs mais badalados, ao norte, como Luján de Cuyo, Valle de Uco, Maipú entre outras.

Falando do vinho, este Wine Estates Malbec 2010 mostra o porquê de tantos prêmios recebidos nos últimos anos. Passa 14 messes em barricas de carvalho francês, mas não por isso é um vinho super intenso e concentrado...é sutil, elegante, com um sedutor aroma a frutos vermelhos (cereja, ameixa), levemente defumado.
Em boca é redondo, super equilibrado, final persistente e suave.
Preço? Acima de 100 reais (acho que 110 é o preço) o que da um RPQ só B...






Algodon Wine Estates Malbec Boanrda 2009 : Vinhaço!...  

Blend 70% Malbec y 30% Bonarda, é um vinho que passa 18 messes barricado mas a madeira não é invasiva, aporta um bom equilíbrio. 
Duma cor vermelha bem escura, se apresenta em nariz super elegante, especiado, com aromas a frutas pretas.
Em boca é suculento, elegante e complexo (nas vezes numa degustação descobrir o que o vinho tem "entre linhas" é complicado)...fiquei com vontade de mais.. o preço me assustou um pouco...240 reais!
Mas claro, mesmo não sendo o vinho ícone da adega (esse é o Pima) e de edição super limitada.

Invalorável aula de vinhos do Winemaker Mauro Nosenzo no papo descontraído que surgiu na apresentação.
Valeu Maurão!











ADEGA PICCOLO BANFI



O passaporte da adega apresenta um carimbo importante logo de cara: ENO ROLLAND, que é como um clube de enólogos liderados pelo Winemaker, marketeiro, multi empresário e Baco Michel Rolland.

Se apresentou com 3 rótulos, dos quais experimentei só dois.
Espremi ao sócio da adega, Diego Banfi, que passou parte do seus conhecimentos e explicou em detalhe cada vinho.
Valeu Diego!




Cinco Tierras Malbec 2011: Vinho jovem, bem frutado... os 12 messes de barrica se sentem só nos toques levemente defumados.
Em boca é fresco, macio e pronto para ser degustado; persistência media
Preço aqui no Brasil: na faixa dos 55/60 contos RPQ B


Piccolo Banfi Conclave reserva Malbec 2012: agradável surpresa!
12 messes em barrica, se apresenta duma cor quase purpura...em nariz predominam os aromas a frutos vermelhos, mas é bem especiado.
Em boca entra voluptuoso, madeira presente mas bem colocada, final persistente.
Vinho que pode evoluir em garrafa ainda.
Desconheço o preço de venda aquí (acho que na faixa dos 80 reais).







ADEGA TIERRAS ALTAS

Com a presença do proprietário da firma, o craque (não só de vinhos, o cara é também especialista em azeites, outra das minhas paixões)  Rodolfo Vargas Arizu, sobenome mitico na Argentina em matéria de vinhos, apresentou suas criações , dos quais só testei dois:


Tierras Altas Malbec reserva


12 messes em barricas para este bom representante de Luján de Cuyo que entrega um Malbec bem equilibrado com uma cereja predominante no olfato.
Em boca é suculento, intenso e de final longo e equilibrado









Tierras Altas Malbec  Gran Reserva Juana Arizu

De produção super pequena, só 3.300 garrafas, este Malbec é outro vinhaço!.
Passa 24 messes em barricas (francesas e de primeiro uso) e já no olfato se apresenta potente, concentrado, fortemente especiado e nítidos frutos vermelhos (geleia de framboesa, ameixa quase em compota).
Em boca entra guloso, potente, ataca o paladar logo de cara, mostrando concentração mas elegância. final persistente.




Outras duas adegas se apresentaram, mas degustei só um rotulo de cada:

ADEGA VINORUM



Victorio Altieri Gran Reserva 2011 
Este é o ícone da adega, um corte 85% Malbec, 10% CS e o Tannat aportando um 5%.
Vinho potente, concentradíssimo, o carvalho dos 18 messes barricados se sentem forte.
Dum vermelho pálido, quase lilás, se respiram ao primeiro contato com a taca os frutos vermelhos maduros e a baunilha.
Em boca entra doce, saboroso, mas potente e complexo, ideal para bebe lo sentado e apreciar sua boa estrutura, seu final persistente e sedutor, sua suculência.
Possui potencial de evolução em garrafa ainda..mal posso esperar o que ele vai virar em 12/18 messes.
Desconheço o preço pelo que resulta impossível determinar seu RPQ.





BODEGA ALTUS


Altus Malbec Reserva 2011

Desta adega só fui na primeira linha deles...este Malbec barricado por 6 messes é um bom malbec, fácil de beber. Corpo médio, frutado, entra doce em boca com persistência media.