segunda-feira, 31 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - MEXILHAO


CORRETA OPÇÃO NO WEEK





Me custa entender este tipo de restaurantes fora do festival, com decoração de cantina e preços altíssimos.
Sei que é o estilo do bairro, a Bixiga, mas na hora de investir na faixa dos 250 a 300 contos o casal a minha escolha (e escolho pouco ou nada nesses valores) se inclina a restaurantes com outro charme, mais intimista, com uma decoração mais caprichada.

Mas no festival era para aproveitar, e sensação foi de pratos bem executados, mais nada memorável.
A sopa de peixe estava saborosíssima, sabores intensos, e a espessura na medida justa.
O couscous de camarão bom, porção de bom tamanho mas sem um sabor pelo qual eu voltaria, mesmo repetindo no week.





O principal foi  publicitado como  "greladinho de frutos do mar" e na verdade era um spaghetti com frutos do mar grelhados, sem fartura mas boa quantidade.

Em definitiva uma experiencia correta, sem brilhar mas sem desiludir.
A carta de vinhos se apresenta salgada, mas com algumas opções interessantes, como el argentino Amalaya Malbec a 75 pratas.


MEXILHÃO 66 pontos
Comida 41/60
Ambiente 12/20
Serviço 7/10
Apresentação 6/10


Mexilhão
Rua Treze de Maio, 626 Bixiga SP

quinta-feira, 27 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - VINHERIA PERCUSSI

O CLIENTE TRATADO COM RESPEITO





Elegante restaurante em Pinheiros com uma cozinha impecável comandada por Silvia Percussi, um dos proprietários  ...a frequento pouco pois os preços não são para qualquer bolso,  mas no Restaurant Week vira uma opção imperdível.
Vinheria Percussi se mostra autentica,  aproveitando a vitrine do festival para mostrar o que eles tem de melhor sem sacrificar qualidade nem quantidade, deplorável opção que muitos outros restaurantes participantes escolhem.


Lucrar no volume, faturar na venda extra de vinhos, quantificar a exposição do restaurante a um publico novo (potenciais clientes caso irem embora satisfeitos) e projetar a médio prazo deveriam ser os pilares de qualquer restaurateur inteligente na hora de decidir participar ou não do Restaurant Week.
Pela atenção aos detalhes e pelo capricho da proposta (e não só nesta edição), acho que o Lamberto Percussi, o outro proprietário e Front of the House do restaurante esta no caminho certo.

A proposta de três passos é criativa e diferenciada, não só honesta, e bem merece o destaque.

O mix de cerais, arroz e lascas de bacalhau mesmo não suculento se apresenta saboroso, e convida a pensar que o melhor esta por vir.



O principal, uns intensos e delicados ravioli  de abobora japonesa mostram a essência do restaurante: 
A massa é artesanal e deliciosa e a carne desfiada que faz parte do molho é especiada  mas sem exageros, completando um prato de alta cozinha, embora feito com ingredientes simples.
O cuidado na apresentação e os sabores marcantes mostram a paixão da chef pelo que faz.



A sobremesa porem, um mil folhas de doce de leite embora perfeitamente arejado e leve acrecido dumas amêndoas laminadas que quebram a uniformidade aportando outra textura , pecou pela escassez de doce...mas que não ensombreceu a grata impressão geral.
Melhor estava a espuma de manga, pleno sabor da fruta e bem refrescante.





Cuidada carta de vinhos, dividida por regiões e não só por países com preços para todos os bolsos e boas opções na faixa dos 75 reais, como o Argentino (Patagónico) Fabré Montmayou Malbec Barrell Selection 2012 do qual farei uma nota por separado.

Obs: A extensa carta de vinhos mencionada e o charme do lugar atrai muios enófilos, rolando nas vezes barulhentas confraternizações estragando o ambiente dum jantar especial ou romântico, ao carecer  a Vinheria duma acústica adequada e dum espaço propicio isolado.
 O jogo de cintura do maitre nos trocando de mesa permitiu curtir o jantar num ambiente relaxado e sem gritos.



VINHERIA PERCUSSI  80 pontos

Comida 50/60
Ambiente 15/20
Serviço 7/10
Apresentação 8/10


Vinheria Percussi
Rua Cônego Leite 523, Pinheiros


quarta-feira, 26 de março de 2014

RESTURANT WEEK - TORERO VALESE


DE AUTOR SÓ O NOME




Juliano Valese, dono do Torero é um cara especial, figuraça, entrador, mas com alguns critérios de restaurateur mais do que discutíveis.
Seu restaurante abre de segundas as sextas só pela noite, e vendo o menu normal fora do week quem paga por isso é o cliente; daí que eu, gostando mesmo de comida espanhola e também da mão do chef, me privo de ir com assiduidade, mesmo pudendo levar meu próprio vinho por causa dos preços, com um RPQ  pouco tentador..
O publico ao qual que ele aponta é claro: aqueles que moram no Itaim Bibi e que não se preocupam demais com o preço da conta, aqueles que pedem vinhos, espumantes ou sangrias a vontade duma carta cara, clientes que com justiça são reverenciados e mimados.
Mas ao menos que você aponte somente a exclusividade (e pra isso é preciso de outra ambientação, outros talheres e outro gasto na decoração do que posters de toreros), com casos aqui no São Paulo que não deram certo em restaurantes espanholes como o já extinto Eñe, o restaurante precisa também daquele outro publico, o médio, aquele que gosta de sair jantar fora mas que se preocupa com a conta.

No restaurant week Juliano acostumava caprichar para esse tipo de publico...já não mais.


As tapas chegam edição trás edição cada vez mais reduzidas, na foto você enxerga as entradas de duas pessoas... maIs do que uma entrada é um tira gosto: duas minusculas fatias de baguette que não enchem nem o buraco do dente...saborosas sim, a de salmão e a de chouriço exclusivamente, mas marcadamente insuficientes.
O principal acostumava ser uma paellla sensacional, carro chef da casa, que eu me encarreguei de destacar em outras edições...já não mais.
Foi substituída por um arroz com lulas em sua tinta, saboroso, mas nem de longe se aproxima daquele.



O fim da picada foi a sobremesa, coloquei a foto real e a do site do week

Foto oficial vs. foto real


Parece piada né? três churros quando realmente vem um só, três caldas das quais duas somem misteriosamente.
No site oficial do festival a sobremesa é apresentada como mini churroS...Juliano o proprietário (inquieto demais, não parou de sair e entrar do restaurante e não estava presente na hora da gente ir embora) ou o garçom comeram os outros dois junto com as duas caldas.

Era um dos restaurantes prediletos da minha esposa...já não mais.

TORERO VALESE 59 pontos

Comida 34/60
Ambiente 13/20
Serviço 6/10
Apresentação 6/10




terça-feira, 25 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - BISTRO GRAND CRU

ESTRITAMENTE PARA ENÓFILOS






Proposta culinária sem luzes, mas com o grande diferencial para os amantes do vinho que é escolher um da prateleira e leva-lo diretamente para a mesa num ambiente bem agradável e moderno.
A comida acompanha, mas desapontou em vários aspeitos, começando pelo exorbitante preço do couvert a 14 reais para um almoço de três passos por 37,90: ridiculo!.

Desapontou também o tamanho da entrada de bolinhos de bacalhau (só dois e não três como na foto do site do SPRW)).










A prime rib suína seca em seu interior, sem graça, só melhorada pelos bons macarrões integrais com ratatouille.





A mousse de chocolate amargo, que além de não se parecer em nada com aquele lingote fotografado no site do week vinha com coco queimado, o qual deveria adicionar uma textura e um sabor diferente e não invadir a sobremesa, tomando protagonismo por cima da correta mousse.





Não é um lugar que eu sugeriria para o restaurant week, de fato o que eles tem de melhor, os vinhos a preço da importadora, continuarão fora do festival...pela comida, ao menos aquela apresentada para o festival e que deveria servir como amostra do que eles tem para oferecer normalmente, deixou a desejar.
Os garçoes tentam puxar um up-sale te oferecendo vinhos bons mas bem caros, nada que um enófilo fregues com bom jogo de cintura não consiga evitar.

Pratos principais na faixa dos 50/65 componem o menu da casa em dias normais, com entradas na faixa dos 20/30 e sobremesas nos 20 reais.


BISTRO GRAND CRU ALPHAVILLE 63 pontos

Comida 36/60
Ambiente 15/20
Serviço 6/10
Apresentação 6/10










quinta-feira, 20 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - VINO!

TINHA TUDO PARA DAR CERTO, MAS...

Não tinha como me resistir, um enófilo como eu e uma proposta deste naipe: vinho que você leva da prateleira para a mesa e um menu atrativo pareciam preencher  todos os quesitos que eu preciso na hora de sair jantar fora, junto om a chance de conhecer um lugar novo que imaginei ia adotar pra sempre.

O que o VINO! escolheu como menu para o restaurant week, somado a que o calor apertava demais na noite de quarta feira em sampa harmonizavam perfeitamente com um branco, Chardonnay especificamente... e aí a historia começou a se complicar.

Vino! é uma loja de vinhos, bar e restaurante todo em um, onde um 95% dos rótulos são tintos:  NÃO FAZ SENTIDO então preparar um menu orientado aos brancos, simplesmente porque o cliente, nos, ficaremos sem opções e o jantar promissor virara uma experiencia FRUSTRANTE... foi o que aconteceu comigo ontem.
Eles insistiam num Chardonnay reserva chileno, mas caro a 99 reais e da mesma adega o básico deles a 59, só que a safra era 2010 e um chardonnay sem madeira dessa data já não esta no ponto...reconhecido incluso pelo próprio sommelier da  loja quando confrontado.

Isso para mim é um divisor de águas: quem investe num empreendimento destes alem de quer faturar e ganhar dinheiro precisa ter paixão pelo vinho também, e num pais onde a cultura vinícola não é grande, esta ainda surgindo, crescendo ano a ano (tentando captar ao imenso publico da cerveja), este tipo de empreendimentos deveria cumprir na minha visão ate uma função pedagógica, aproximando aos curiosos a este apassionante mundo.
Os inexpertos tem que se sentir protegidos, amparados, e não serem os alvos de vinhos sem saída na hora certa.
O simples fato de ter na prateleira aquele Chardonnay 2010 sem madeira e pior ainda, um Torrontés 2010, uva que pede para ser bebida ainda jovem, mostra no minimo o desinteresse pelo cliente e é definitivamente um lugar ao qual não voltarei.
A essência, quase que o mandamento dum restaurante-bar a vin-vinoteca deveria ser o respeito com o cliente em relação ao vinho...ter esses brancos a venda  vão no sentido contrário.
Meu aborrecimento foi tal que acompanhei o jantar com dois refri.

A comida? corretas entradas, a polenta com linguiça estava realmente boa mas o nhoque não tinha caráter, mesmo bem apresentado e acompanhado de camarões deixou a desejar um pouco.




O principal um bacalhau com muita boa cara na foto (meia tremidinha reconheço) mas não me impressionou no palato: até a minha esposa que adora peixe não acabou o seu.
Em definitiva a comida não é a estrela do lugar, claro, mais acompanha.
Mas a polenta acompanhada duma linguiça bem especiada pede a gritos um branco, o palato precisa dum vinho que o refresque, não que brigue...talvez um pinot  ou um tempranillo jovem (mais neutros) até poderiam ter acompanhado, mas se um dos principais é o bacalhau ja aí não tem jeito.
Infelizmente o "gênio" que criou o cardápio mostrou uma dessintonia com o carro forte da casa, os tintos, e aí você não tem o que acompanhar a menos que quera gastar de 100 pratas para cima, o que não era meu caso.




Bom tiramisu de cupuaçu, bom mesmo fechou porem um jantar bem decepcionante, pois fui achando que virariam uns dos meus restaurantes prediletos e senti quase que uma faca nas costas.
O serviço bem irregular, enquanto a host num bom gesto abriu uma garrafa dum branco italiano para que experimentasse, me liberando do compromisso de compra-la se eu não gostasse, o garçom da messa não agradou nem um pouco.

VINO! 66 pontos
Comida 41/60
Ambiente 13/20
Serviço 5/10
Apresentação 7/10

Vino!
Rua Tamandaré Toledo,51
Itaim -SP



segunda-feira, 17 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - TEMPLO DA CARNE


NÃO TAO ABENÇOADO ASSIM





Marcos Bassi é um homem importante na indústria; ele conseguiu passar de açougueiro a restaurateur de carnes, dando glamour e refinamento a arte de assa lãs. O cara é um referente total no Brasil quando se fala de carne.
Agora bem, sou só eu ou o nome também consegue te irritar?
Alem do marketing, do impacto buscado o nome obriga quase que a certa excelência, não da para se chamar de templo se a comida não atinge esse patamar. de deuses digamos.

No caso do Templo, a carne é boa, realmente boa, mas não extraordinária...e a minha sensação em referencia ao restaurant week é que eles impõem as regras e não o festival, e quem perde é o cliente: NOS

A entrada, o badalado couvert da casa (R$ 21,90 em dias normais) é bom, vários tira-gostos (abobrinhas bem temperadas, linguiças, cebolas em azeite, berinjelas, manteiga e torradinhas) acompanhado dum fresquinho e crocante pão italiano.






O principal é o Bife e Chorizo que não chega sempre no ponto pedido, a minha esposa devolveu o seu “ao ponto” pois chegou mal passado.






O problema não é a comida, mas sim a falta de opções.
Como um histórico restaurante especializado em carnes, e famoso por isso, deixa sem escolha aos clientes, mesmo com a chance de oferecer outros cortes mais em conta?
Acho soberbo, quase até prepotente o jeito de não colocar nenhuma, pois em primeiro lugar se perde parte do espírito do week...mas vai alem disso, deja ao cliente (os fieis) indefesos.

O Bife de Chorizo não é um corte de carne que agrada a todos os paladares, alguns o acham pesado, outros enjoativo e outros não conseguem acaba -lo.
Para mim, o melhor do Bife esta nas pontas, nos bordes, e o centro dele perde um pouco a magica: de fato é um corte que eu nunca peço na Argentina, preferindo Olho de Bife, Vacío, Assado de tira ou Entraña.
Incluso o acompanhamento do bife é arroz ou arroz (não uma salada, nem uma batata frita).
Em definitiva proposta unica do Templo da carne para o festival, ame ou deixe.


Contudo, é de destacar a EXCELENTE carta de vinhos com ótimos preços que possuem independentemente dos dois promocionais do festival, entre eles o excelente Malbec Argentino Trivento Golden Reserve 2011, a imperdíveis 69 reais.
Carta de vinhos que para mim concorre para melhor da cidade, na sua variedade e em seu RPQ.
Mais de 20 muito bons vinhos por menos de 100 reais, entre eles os argentinos  Zuccardi Serie A Malbec a 79 ou Alma Negra de Ernesto Catena a 93 só por citar alguns.
O vinhaço Angelica Zapata Cabernet Sauvignon por 119 é quase o preço da importadora!


Resumo da opera:  Não tinha visitado ainda o Templo da Carne (talvez o nome conseguiu me afugentar os últimos 5 anos), e após conhece - lo não fiquei tão impressionado assim,  boas carnes mas não tão abençoadas assim para que o Guru Marcos Bassi me ensine o caminho e eu deva reverencia-lo.
Boa opção no week, mas longe de imperdível.



TEMPLO DA CARNE MARCOS BASSI   71 Pontos

Comida 42/60
Ambiente 15/20
Serviço 7/10
Apresentação 7/10

Templo da carne Marcos Bassi
Rua Treze de Maio, 668, Bela Vista - São Paulo

domingo, 16 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - ARABIA

AUTENTICO, MAS DESTA VEZ SEM BRILHO

Amo Arábia, e se não vou mais seguido normalmente é por causa dos preços altos....nas semanas do resturant week tento compensar e matar as saudades acumuladas.

Fui em cada uma das ultimas 7 edições  do week e sempre elogiei o conceito, o critério de inovar, de criar menus diferentes, tentar mostrar o que a culinária árabe libanesa tem de melhor; sempre os menus eram fartos, saborosos, surpreendentes...desta vez desceu  um degrau.

Se você não conhece Arábia e lendo esta matéria esta pensando ou não em ir, esqueça, vai sem pestanejar!
Aqueles que já o conhecemos podemos  fazer uma leve observação sobre o que não deu tão certo desta vez, mesmo respeitando todos os conceitos dos que falei no inicio.

No jantar a berinjela estava saborosa e o michui também com batata, só que foram as pedidas da minha esposa...tenho certeza que eu não tivesse ficado satisfeito porque as porções eram pequenas.


Eu fui de falafel, sempre gostoso mas que vinha, a diferencia da pedida normal fora do week sem a salada, absolutamente necessária para acompanhar e dar leveza ao falafel. No principal acertei com a kafta em molho de jabuticaba com arroz aletria, mas não aconselhável  para quem não gosta do sabor da carne adocicada.


Dois docinhos ou sorvete de sobremesa completaram o jantar, que foi bom, mas não naqueles patamares que tanto elogiei outras vezes.


Eu mencionei, incluso antes do que a revista guru em gastronomia, que Arábia tinha uma das melhores cartas de vinhos, na relação preço qualidade...nesse espírito de se abrir para todos, e conhecendo o publico que se apresenta durante o festival fizeram uma parceria com uma importadora, colocando um vinho a um preço tentador, 39 reais...mas pisaram na bola com o absolutamente esquecível alentejano Convento da Serra 2012, neutro sim, mas neutro demais.
Nessa faixa de preços existem outros vinhos, gastronômicos também, incluso portugueses, marcadamente superiores.


ARABIA 73 PONTOS

Comida 42/60
Ambiente 15/20
Serviço 9/10

Apresentação 7/10

Arabia, Haddock Lobo 1397, Cerqueira Cesar

quarta-feira, 12 de março de 2014

RESTAURANT WEEK - ALL SEASONS

QUER SE EMOCIONAR?


Não tem restaurant week  que eu não passe pelo restaurante deste grande restarateur suíço,

Existiram ocasiões nas quais saí suspirando, outras nas quais se fosse socialmente aceito teria abraçado o chef no meio do salão, ou me levantar do assento e aplaudir de pé. 
Em outras. como na visita da terça feira, que mesmo sem aquelas sensações descritas o resultado foi igualmente maravilhoso.

Cristophe Beese, dele estamos falando, se supera edição trás edição, mostrando o melhor que um restaurateur pode oferecer: criatividade, paixão, vontade de inovar e surpreender.
Cada prato dele é uma combinação de sabores, texturas, cores...vou para ser surpreendido, coloco a vara cada vez mais alta, e jamais saio defraudado.


Nesta vez escolhi como entrada a picanha defumada com chimichurri, manga em cubos e salada de alfaces com acetto: o sabor da picanha defumada (artesanal) era incomparável, deu para sentir as enormes diferencias com aquele pastrami que se pode comprar mesmo em empórios requintados como o Santa Luzia.













Minha esposa foi no peixe, generosas fatias de tilápia bem temperadas com um toque bem oriental que compunham uma entrada farta, fresca e saborosa .




Nos principais eu acertei em cheio na lasanha de pato...falsa lasanha eu diria, porque o chef decidiu monta -la contra todos os padrões conhecidos. Com as camadas de massa livres e não em pisos simétricos;
O pato? tenro, e mesmo acostumado com outro ponto de cozimento ele não estava seco.....vagem, aspáragos, cogumelos salteados, couve, jambu e farofa de laranja em abundancia contribuíram  para me deixar com vontade de pedi la de novo na minha próxima visita.







A minha esposa suspirou por esta moqueca de mexilhões cozinhada em seu próprio molho, com pirarucu confitado cozinhado aparte, deixando ele branco e puro para que o comensal possa escolher se incorporar o peixe ao molho e dosifica lo segundo a sua preferencia: as batatasfaziam bom contraste com a leveza  do peixe e o bacon aportava a sua textura característica.
O esquisto da minha esposa suspirar é que ela não gosta de mexilhões!...e amou o prato!!
Eu dei umas garfadas, mas sem as mesmas sensações.



Sobremesas corretíssimas, com apresentação de encher os olhos fecharam o jantar com chave de ouro.



Convenhamos, poder comer esses três passos por 49,90 e quase um milagre, que não da para deixar passar.

Carta de vinhos nao tao cara quanto imaginei, com algumas opções interessantes, como o Chileno Casas del Toqui Sauvignon Blanc 2013 (já escrevi sobre ele na matéria sobre vinhos no site saopauloparainiciantes.com.br) por 58 reais e o Cono Sur Chardonnay 2012 (em falta nesta noite) por 56 em brancos acessíveis.
Tintos o Chileno Cono Sur Camenere 2013, jovem e agradável sai por 56.




Decididamente outras sobremesas em edições anteriores foram melhores, mas o que analiso é o conjunto da obra e a atitude dum restaurante na hora que o week chega: alguns são atacados pela cobiça e cumprem em te dar os três passos regulamentares que o week impone aportando só a magia do lugar, mas sem magica alguma nos pratos ...outros vão alem, capricham e sempre terei o prazer de destaca los.







ALL SEASONS 81 pontos

Comida 50/60
Ambiente 14/20
Serviço 7/10
Apresentação 10/10


All Seasons, Alameda Santos 85, Paraíso









sexta-feira, 7 de março de 2014

TA CHEGANDO! São Paulo Restaurant Week 14º Edição




Nesta próxima segunda feira, 10 de Março, com exclusividade para os que possuem MC Platinum e desde o 17 para o resto dos mortais (como Eu) chega uma nova edição do SPRW, a primeira do 2014, que rola até o 30 de Março incluso.
O festival é a opção de almoçar e jantar um menu de três passos por um preço fixo, acessível para os padrões paulistas: 37,90 e 49,90 respectivamente.
Participam quase 200 restaurantes só em São Paulo, mas o festival rola também em Campinas.

Fazendo uma rápida analise entrando no site restaurantweek.com.br, onde já estão os nomes dos restaurantes e algumas fotos dos pratos, e possível já adiantar uma minima lista dos lugares que eu, por experiencia das edições anteriores, ja anotei na minha lista e penso visitar.

Decidi separar minha lista em três:

a) Os consagrados
b) Os que repertiría por ter tido uma boa impressão, mas não inesquecível
c) Aqueles que não conheço mas que pelo menu, pela localização e pela categoria do restaurante decidir me arrsicar...também outros com uma segunda chance apos alguma derrapada.

Vamos lá!

A) Consagrados: São aqueles que nunca defraudam, aqueles que se abrem ao "povão" duas vezes ao ano...habitualmente caros, são uma excelente oportunidade no SPRW

1.ARABIA:  Não tem erro, eles capricham, não tem a ideia primaria de só faturar e te cagar te dando um "mezclum de folhas verdes": pelo contrario, capricham mesmo!...entradas elaboradas que mudam de edição em edição, principais show de bola...pode deixar e reservar de olhos fechados, me cobra aí se deu errado.
Bonus: melhor carta de vinhos em relação preço qualidade, varias opções de dois dígitos.

2. ALL SEASONS:  Dentro do Hotel Golden Tulip, na Alameda Santos este restaurante de autor, do suíço Cristophe Beese é sempre destaque em cada edição do Festival... cozinha que me provocou ja vários suspiros.


B) Portos seguros

1. TORERO VALESE: a paella deles é sensacional e já justifica a visita,más não tenho certeza que nesta edição seja a mesma...de sobremesa vai nos churros, sem pestanejar.
2. VINHERIA PERCUSSI:  bom ambiente e acostumam caprichar no week...repetirei este ano.


C) Estreantes e segundas chances:

1. OBA: bom mexicano, mas que pecou nalguma ediçaõ por apresentar porçoes pequenas demais, quase uma degustação....a primeira impressão quando os chamei hoje não foi a melhor: quem me atendeu não soube resolver uma simples reserva.
2. VINO: não conheço ainda, mas me interessou o menu, e a chance (acho) de acompanhar a comida com vinho a preço honesto, pois eles são também uma loja de venda.
3. MEXILHAO: Normalmente proibitivo, aparece como novidade no week, ao menos para mim...menu interessante.
4. TORDESILHAS: restaurante famoso de comida tradiça brasileira; nunca fui, e certamente não vou desaproveitar neste week.

Tentarei postar as impressões o mais rápido possível, assim que visite os restaurantes.
Como aperitivo, deixo o link com as minhas impressões da ultima edição

http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2013_09_01_archive.html

Cada restaurante, ao igual que na ultima edição terá uma pontuação...ao final de todas as resenhas colocarei o ranking sobre as minhas escolhas do SPRW.

A pontuação se baseia em:

Comida 60 pontos
Ambientação 20 pontos
Serviço 10 pontos
Apresentação 10 pontos





terça-feira, 4 de março de 2014

JIQUITAIA

 A TERCEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA 


Nova resenha Julho 2015 -  http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2015/07/jiquitaia-reloaded.html

Quando o Jiquitaia abriu as portas ha dois anos na Bela Vista bem ao lado da Av. Paulista, visitei eles duas vezes e não tinha me deixado uma lembrança inesquecível: Pratos corretos mas em porcões enxutas e mesmo com a tentadora proposta  de 50 reais por entrada, principal e sobremesa e até a chance de levar seu próprio vinho (eles não cobram a rolha da primeira garrafa) não tinha conseguido me empolgar o bastante para voltar, tendo tanta opção culinária em sampa.

Por essas coisas do destino o Jiquitaia apareceu na minha mente de novo de cara a uma janta a três num sábado e decidi testa los outra vez.agora,.. agora as sensações foram bem diferentes

Para começar mudou o preço, de 50 para bem entendíveis 59 apos dois anos pelos mesmos três passos, mas percebi uma notável melhora geral, não só na cozinha.
A sensação foi que o Jiquitaia, comandado pelos irmãos e donos Marcelo e Nina Bastos, evoluiu, se desenvolveu, adquiriu uma identidade própria se mostrando como um restaurante de cozinha de autor simples na apresentação do Restó mas caprichando e muito nos pratos: só com isso para mim alcança para se posicionar bem acima na minha lista na hora de decidir sair e jantar fora, o que não é pouca coisa não.

A melhora geral está não só nos tamanhos dos pratos, mas nos sabores, como esta entrada de linguiça artesanal, deliciosa, com purê de batatas, nitidamente superior a as duas outras pedidas, a batata doce com gorgonzola e castanhas do Pará (correto) e a carne seca (que saiu muito bem na foto mas que não provocou suspiros na mesa).








A grande e grata surpresa estava por vir: três principais, três execuções admiráveis


O magret de pato com arroz de pato no tucupi apresentava o magret na quantidade certa e no ponto certo de cozimento; o arroz saboroso, bem especiado que poderia ate ser um prato em si próprio.

Uma moqueca de camarão que não experimentei, mas elogiada por quem a escolheu.
Mesmo sem ter testado ela da para ter uma muito boa impressão só olhando: servida na cumbuca certa para manter o calor do prato, o contraste de cores é bem convidativo, uma apresentação imelhorável!
Eu, que roubei o 70% do pato da minha esposa, fui na costela de porco na sal grossa com barbecue de tamarindo bem acompanhado por batatas doces e roxas.


As sobremesas podem melhorar, nem o figo cozido no vinho com creme nem a mousse de chocolate com creme de cupuaçu (me considero um especialista em chocolates) tinham esse algo a mais, mas fecharam bem o jantar.





Independentemente das sobremesas sem destaque ou dalguma entrada só correta, hoje em dia existem poucos lugares em São Paulo para comer entrada, principal e sobremesa de cozinha de autor por esse dinheiro (Lá da Venda vem a minha memoria rapidamente), pelo que fico contente de divulgar este empreendimento dos irmãos Bastos.... e o tipo de restaurante que eu gosto, cozinha de autor sem esse ar de glamour que odeio, sem que o cozinheiro se ache mais do que o cliente.

Voltarei sem duvidas para experimentar outros pratos!!

Voltei um Sábado de Junho em 2015 e estas foram as minhas novas sensações:
 http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2015/07/jiquitaia-reloaded.html

Jiquitaia
Rua Antonio Carlos 268, Bela Vista