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terça-feira, 27 de setembro de 2016

MERCATO CENTRALE DE FIRENZE


UMA BOA EXPERIENCIA GOURMET




Firenze é outro dos paraísos gastronômicos na Itália, fora a sua incrível beleza, um verdadeiro museu a céu aberto.
Enquanto as atrações turísticas estão em cada esquina, espalhadas por toda a cidade, gastronomicamente falando Florença oferece um leque bem sortido de opções: restaurantes chiques, trampas para turistas, comida de rua e muitas trattorias onde comer bem e barato é possível, das quais já postei algumas matérias.




Mas a novidade é este MERCATO de San Lorenzo bem no centro e bem próximo del Duomo, onde acima do mercado de frutas e peixes que fecha cedo foi criada uma área gourmet de produtos típicos da Itália, onde a excelência fala mais alto.
O projeto conservou toda a imponência do velho prédio onde foi localizado, respeitando a historia Fiorentina.
A mesa então esta servida para o foodie: cerveja artesanal, cozinha a vista, um bar central bem chique, restaurantes tradicionais, wine-bar, loja de delicattessen e iguarias varias, um cheiro envolvente, difícil fugir!
O primeiro andar onde se desenvolve este mercado tem duas áreas diferenciadas: o próprio andar com as lojinhas gourmets e o mezzanino onde já ficam os restaurantes mais tradicionais com vista ao espaço gourmet debaixo.





Assim, é possível achar aquele presunto Parma estacionado 30 messes, aquele vinho top, massas frescas artesanais e orgânicas  e muitas outras iguarias: pizzas, sandwiches premium e frios de todos os sabores e preços se espalham pelo salão de quase 3.000 metros quadrados.


Uma opção inteligente também é fazer as compras aqui e levar para o apé, que no nosso caso estava quase que do lado.
Foi o que fizemos, já tínhamos comprado bons vinhos e usamos o Mercato para nos aprovisionarmos.


Compramos uma burrata sensacional, presunto Parma e San Daniele, ciabattas  e bons queijos e fizemos no apé um dos jantares memoráveis da viajem.



O lugar foi pensado para comer lã, o salão como se aprecia nas fotos e lindo, limpo com  cadeiras super confortáveis.  Numa cidade cheia de turistas, este mercado é novo, pelo que ainda não ha multidões; se respira tranquilidade e sofisticação. 


Em definitiva é um lugar gourmet para quem não quer aquele ritual de sair jantar fora num restaurante e ter uma variedade de opções no mesmo lugar, mas também um grande mercado onde comprar provisões premium.

Não é uma opção imperdível em Florença, mas é uma boa dica para um foodie, que me o agradecerá depois.








Mercato Centrale Firenze
Piazza del Mercato Centrale – Via dell’Ariento
http://www.mercatocentrale.it



domingo, 25 de setembro de 2016

OSTARIA DEI CENTOPOVERE - FIRENZE

ALMOÇAR EM FIRENZE POR 10 EUROS?  SIM!!


Entrada e principal mas uma taça de vinho da casa por 10 Euros é possível numa cidade massivamente turística como Florença.

Nesta Ostaria  não espere um restaurante chique e refinado mas o lugar é uma tipica ostaria italiana: lugar grande, messas distribuídas tipo trattoria, ambiente agradável e principalmente muita boa comida com preços absurdamente baratos. Talvez o único ponto a menos tenha sido o atendimento: garçonetes jovens que aparentam não gostar do que fazem...mas mesmo assim o lugar vale muito a pena.    O bairro, mesmo nas proximidades do centro nos deixou algumas duvidas para uma visita noturna e a pé: bairro de imigrantes, ruas pequenininhas, Minha sugestão é ir e voltar de taxi.

A comida é saborosa com pratos da genuína cozinha toscana; entrada com opções de sopa o massa - definitivamente a sopa ganhou a parada...a clássica sopa da vovó, com verduras e temperos.
A massa não provocou suspiros, mas a porção foi generosa demais, considerando que é uma entrada e fazendo parte do menu econômico. 



Nos principais uma de-li-cio-sa porchetta com batatas ao forno(foto de capa) foi disparado o melhor principal; porchetta macia, suculenta, onde a própria gordura dela e um bom azeite não a deixaram seca, dando incluso um sabor a mais nas batatas.
Inacreditavelmente está dentro desse menu de 10 Euros, como também este frango ao forno com batatas, correto.









O vinho da casa nos não gostamos, e fomos num toscano, IGT, este saboroso Pian di Remole 2013 de Frescobaldi  a um preço interessante: 15 euros. Frutado e com corpo acompanhou muito bem a porchetta e não desentonou tanto assim com o frango.



Conta sem surpresas, os 20 Euros dos dois menus e 15 da garrafa somaram os 35 finais.
Ele tem um segundo endereço, na volta deste, especializado em pizzas, mas que nos não visitamos.

Ostaria dei Centopovere
Via Palazzuolo 31 - Florença







segunda-feira, 19 de setembro de 2016

VINHOS ITALIANOS III

  UMBRIA  

Mesmo sendo uma região caraterística de bons brancos, com Orvieto como o terroir mais distinguido, os grandes tintos não ficam atras; o "borgo" de Montefalco, a uns 50 km de Perugia é um dos mais famosos produtores da uva sagrantino.
Os Montefalco Sagrantino D.O.C.G. só permitem o uso da uva Sangiovese, porem o rosso permite ao vitivinicultor brincar um pouco a mais, se permitindo usar outras uvas conjuntamente ao sangiovese.
Eu particularmente achei os Montefalco Sagrantino mais fechados, que não se expressam tão rápido assim que abertos...diferentemente deste gastronômico rosso, o  

MONTEFALCO ROSSO 2010 D.O.C  
 - AZIENDA ADANTI  - ARQUATA - 


Agradável surpresa neste blend de Sangiovese, Sagrantino, Cabernet e Merlot.
Passa 12 messes barricado os que parecem os suficientes para que a madeira não se imponha e deixe a fruta se expressar livremente. Um grande RPQ, pois é um vino nas enotecas italianas de 12/15 Euros.
Nariz caraterística dos Montefalco: aromático soltando ameixa e mora, balsâmico.
Em boca entra guloso, fresco, nítida cereja, bem expressiva e taninos amáveis.
Um vinho barato para "due bicchieri" de Gambero Rosso.
Definitivamente fiquei mais empolgado com os rosso que com os Montefalco Sagrantino que experimentei, acho que estes últimos precisam ser decantados para se abrirem e mostrarem o que tem de melhor para oferecer.
Este rosso de Adanti é intenso no palato com persistência media. bom exemplar


  ABRUZZO  


MONTEPULCIANO DE ABRUZZO D.O.C 2012 
COSTA DEL MULINO - CANTINA FRENTANA

Um monovarietal, 100% Montepulciano. Vinho amável e super gastronômico, bom parceiro para uma pizza, uma massa com molho de tomate...bem versátil;
Mesmo gastronômico ele tem a sua personalidade, marca presencia e sabor no palato.
Não é um vinho de guarda, pelo que se sugere comprar safras jovens, não anteriores a 3 anos.
Este 2012 estava no ponto, já com alguma tendencia a fazer a curva descendente.
O passo por madeira dele é bem breve, pelo que é pura fruta, taninos doces, mas com bom corpo para um vinho jovem assim.
Vinho na faixa dos 6/8 Euros, e de interessantíssimos 14 na Trattoria Vecchia Roma (sobre o qual já escreverei uma matéria) onde o encontramos.



 


  

  CHIANTI    -  VILLA TRAVIGNOLI CHIANTI RUFFINA


Sangiovese que passa 6 messes barricado e mais outros 6 em inox.
Uma nariz sedutora e prometedora com toques florais e fruta vermelha, cereja, ameixa.
Vinho com corpo médio, no palato se bebe fácil, honesto, franco e de muito bom RPQ na faixa do mercado onde concorre, entre 7 e 10 Euros.

TEGOLAIA  RUFFINA CHIANTI RISERVA 



Rustico ainda mas com grande poder evolutivo, caraterística sobressaliente deste muito bom Chianti Ruffina.
Terroso, boa nariz e uma boca sem tanto presente mas pela qual vale a pena esperar;  na faixa dos 20 Euros na Itália.
Mais detalhes sobre este vinho em particular na minha outra matéria 
http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2015/07/villa-travignoli-chianti.html


















quarta-feira, 14 de setembro de 2016

VINHOS ITALIANOS II -

MONTEPULCIANO - MONTALCINO - MONTECUCCO
 CATAS DE VIAGEM  - vol 2 



MONTEPULCIANO - MONTALCINO 
Com certeza as D.O.C.G mais badalados da Itália e entre os mais famosos do mundo.
Vilarejos minúsculos, perto um do outro, com uma ubicação geográfica abençoada para a produção de vinho.Aziendas e cantinas se espalham nesta bela parte da Toscana.
Aqui nascem alguns dos vinhos mais caros da Itália, mas também existe um universo de grandes vinhos com preços mais camaradas, que foi aonde apontamos...nos degustamos aqueles com preços de menos de 50 Euros, pelo que tivemos uma boa amostra do que aqui se produz; amostra que poderia ser maior se Ryanair me tivesse entregado a mala despachada do mesmo jeito que eu dei para eles em Roma em viajem para Madrí: com dos Brunellos de Montalcino e um Nobile de Montepulciano Reserva dentro!.




Voltando ao assunto, os dois vilarejos são de cita obrigatória para todo amante do vinho pois reúnem todas as condições que todo enófilo gostaria de encontrar: são pequenos, facílimos para visitar a pê e com lojas de muitas das cantinas/aziendas, uma ao lado da outra.
Enotecas que adicionam rótulos dos pequenos produtores locais e outras lojas com "prodotti tipici", tanto na rua principal e em cada uma das ruelas que vão aparecendo completam o panorama.
Paraíso para os foodies e os enófilos... mas também, e jus dizer, bastante mais turístico, montado para o turismo do que imaginei .










ERCOLANI 



Azienda relativamente jovem, criada ha menos de 30 anos e vinhos interessantes: de fato fizemos uma degustação geral no vilarejo de varias aziendas para saber quais seriam os que íamos comprar e a Ercolani sobressaiu.


ERCOLANI VINO NOBILE DE MONTEPULCIANO D.O.C.G 2011
 Pelas causas apontadas, catei vários naquele momento mas sem fazer as anotações de rigor, pois acabei comprando eles e queria analisa los em outro espaço e em outro momento; da minha seleção só degustei na este exemplar, o mais importante da vinícola.


Vinho que passa 24 messes em barricas e mais 6 engarrafado; blend de Sangiovese, Prugnolo Gentile, Canaiolo Nero, Mammolo e Colorino. 
Boca e nariz duras logo no início (vinho que na minha impressão precisa ser decantado primeiro), mas como foi bebido ao lungo de dois dias fomos apreciando a transformação deste vinho:a nariz virou delicada, soltando uma fruta vermelha convidativa. e a boca também se beneficiou dessa transformação: harmoniosa, agradável já no segundo dia.
Na faixa dos 15 Euros, esta bem pelo que entrega.



Gostei bem menos deste outro:
ROMEO VINO NOBILE DE MONTEPULCIANO  D.O.C.G 2011


Sugerido numa enoteca local, não apaixonou, mesmo degustado em dos dias diferentes. 
Blend maioritariamente de Sangiovese e Prugnolo gentile (variedade do sangiovese), entregou taninos muito fechados, e uma nariz que não despertou suspiros.
Trata-se dum vinho para comprar e esperar a sua evolução...mas 19 Euros no meu caso não muito bem investidos.






  MONTECUCCO  


Surpreendente região com muitos bons exemplares degustados; um deles foi o 


POGGIO TREVVALLE 2012 MONEUCCO ROSSO D.O.C


Montecucco esta um pouco mais ao norte de Montalcino, e seus famosos Brunellos D.O.C.G.
A cantina Poggio Trevvalle é um pequeno produtor e com pequena produção para este vinho, de só 5.000 garrafas;
Blend de sangiovese (60%), e o 40 restante aportado pelo cabernet sauvignon e merlot.
1 ano barricado e seis messes de garrafa criaram um vinho bem estruturado, fruta vermelha em nariz (mora) e uma boca com final doce e seco, sem tanta persistência..
Vinho duns 13 Euros lá e de 5 a taça num restaurante, com bom RPQ.
ASSOLATI MONTECUCCO(D.O.C.G) SANGIOVESE

Um sangiovese ao 95% e um blend de uvas no 5 restante para este vinho fácil de beber, com passo por barrica menor a um ano e um trimestre engarrafado antes de se apresentar.
Nariz brincalhona, intensa com  nítida ameixa e toques florais.
Em boca é bem tânico...interessantíssimo - 5 Euros a taça num restaurante


CHIANTI

VIGNA LA QUERCIA Chianti Colli Fiorentini DOCG RISERVA 2008 

Sangiovese 90% e Cabernet Sauvignon 10%. Outro com um ano de barrica.
Bebido em dois momentos diferentes no mesmo dia (almoço e janta), na segunda vez se mostrou mais solto.
Se distingue e claramente o minimo aporte do cabernet, dando robustez ao vinho.
A madeira aporta e soma para o produto final sem ser invasiva; bom exemplar duns 25 Euros no restaurante.
Fresco, frutado, especiado, suculento sem ser memorável, redondo, elegante, saboroso... bem gastronômico  e que acompanhou e muito bem uma burrata com tomate e uns sanduíches em ciabattas com presunto parma e San Daniele D.O.C.
Outro de produção pequena, 13.000 garrafas por safra.




      


domingo, 11 de setembro de 2016

VINHOS ITALIANOS vol I

 CATAS DA VIAGEM - vol 1 

O universo vitivinícola na Itàlia é imenso e complexo; mesmo existindo localizações famosas e reconhecidas como Chianti ou Montalcino, as regiões vinícolas são muitas, e cada uma delas se dividem em sub-regiões, todas com seu IGT (indicação geográfica típica) ou os seus D.O.P ou D.O.C.G (denominação de origem controlada e garantida).
A uva sangiovese é a bandeira da Itália,  uva que também se da e muito bem ao ser misturada com outras, produzindo blends antológicos como os supertoscanos; as opções são infinitas e em cada região o leque de opções de vinhos e vinícolas é gigantesco.
Diante a semelhante universo, trés semanas na Itália deram para experimentar somente alguns vinhos e conhecer só uma ínfima parte do que o maior exportador de vinhos no mundo tem a oferecer.

Esta primeira matéria de muitas que virão pela frente só pretendem refletir as minhas sensações pessoais com os vinhos experimentados; de jeito nenhum significa que caso regiões ou vinhos específicos não apareçam nos informes são menos interessantes...simplesmente não tive a chance de degusta-los.






TOSCANA
Foi a região onde mais tempo eu passei e consequentemente, provei mais vinhos; 
Toscana se subdivide em muitas sub regiões, cada uma com seu IG.T ou D.O.C.G
Aqui colocaremos todo dentro duma unica região, a Toscana, mas especificando claro, seu lugar de origem.
Entre os que mais atrairão a minha atenção esta o 

AVIGNONESI I.G.T GRIFI TOSCANA 2011 - sedutor -


A safra 2011 entregou um blend 50 e 50 de Sangiovese e Cabernet Sauvignon, o que não sempre acontece.Carvalho diferenciando para uma uva e a outra; aqui a vinícola tentou, e com muito sucesso, colocar na mistura um cabernet potente e bem encorpado no uso de carvalho novo com a sutileza do sangiovese, que repousou em carvalho de segundo e terceiro uso, os dois por 16 messes repousando e mais 6 engarrafado antes de sair ao mercado.O resultado foi um vinhaço!...uma nariz intensa, floral e bem frutada (cereja, algo de framboesa) e bem estruturado em boca, elegante, final persistente, ardidinho.

PIAN DI REMOLE TOSCANA I.G.T 2013 de MARCHESI DE FRSCOBALDI
- Versátil - 

Vinho gastronômico, que harmoniza e muito bem com vários pratos e entradas frias.
Corte de sangiovese (85%) com cabernet sauvignon, passa 4 messes em inox e dois engarrafado, pelo que não é um vinho de guarda e se aconselha beber sempre as safras mais novas.
Fresco, frutado, de corpo médio e fácil de beber...vinho de 6 ou 7 euros e de 15 num restaurante.




UMBRIA 

CIMBOLO POGGIO BERTAIO - surpreendente - 
, vinho dum caráter extraordinário.100% sangiovese que repousa 30 messes em carvalho e mais 24 antes de aparecer no circuito de vendas.Tivemos sorte que nos foi aconselhado e servido num restaurante que já tinha a garrafa aberta, pois dificilmente um vinho deste naipe ia conseguir se expressar assim que aberto.É  um I.G.P UMBRIA de guarda, mas que estava na curva acendente e pronto para ser bebido.Começarei pelo final: o final de boca é memorável, mas claro que aportam também uma nariz com muita canela e ameixa, e um passar distinguido, intenso e persistente pelas papilas gustativas.Vinho saboroso, mineral e com taninos redondos e integrados.




TERRE DE TRINCI MONTEFALCO SAGRANTINO D.O.C.G
- enigmático -

É produzido por uma das cantinas mais velhas de Itália, e a mais velha da Umbria.
Talvez precisava se abrir mais, passa 12 messes em barrica e seis engarrafado, mas não provocou grandes suspiros. Uva sagrantino a um 100 %, nariz interessante, curiosa mas uma boca que não me apaixonou.Robusto mais um pouco duro, não tão convidativo em boca, fiquei esperando algo a mais que não chegou. Foi bebido em dois dias diferentes, no segundo dia ele estava mais solto, mais ainda sem ser sedutor.



ARNALDO CAPRAI 25 ANNI
- desilusão - 
Tal vez seja a uva, mas mesmo sendo escolhido o melhor da Itália e elogiado por todos,  não me conquistou.
Estava na minha lista quando sai do Brasil para experimentar, mas no caso deste, foi aberto na hora num wine bar em Volterra,  e para um vinho que passou 24 messes barricado e mais 8 engarrafado é logico que não expresse todo o seu melhor ao primeiro minuto. taninos muito rústicos ainda...daremos uma segunda chance.

VENETO 
PAXXO STEFANO ACCORDINI 2012 - ROSSO DEL VENETO IGT
- aditivo
Vinho duns 17 Euros e de 30 na "Osteria Enoteca Alcova del Frate" em Verona, onde foi sugerido e completamente consumido em não mais duma hora.  
Blend raro que deu certíssimo, com 60% corvina, e o 40 restante dividido entre cabernet, rondinella e merlot. Cada uva aporta o seu para o bem do produto final: a amabilidade da corvina combina muito bem com a persistência e o final de boca do cabernet; o merlot da algo de elegância e refinamento ao palato.
Passa 12 messes em barricas e mais 6 engarrafado, que parecem os suficientes para mostrar toda a sua expressividade assim que aberto...provavelmente deixado uma hora aberto antes de ser consumido potenciaria as suas qualidades, mas a maioria de nos num restaurante ão temos esse tempo disponível.
Nariz intensa, perfumada, herbácea e licorosa. Boca compradora, intenso, persistente, mais fácil de beber ao mesmo tempo...quase aditivo; final firme e brincalhão, pedindo sempre mais outra taça...assim foi que acabou rápido, quase antes dos principais chegarem.















quinta-feira, 8 de setembro de 2016

BACCO IN TRASTEVERE - ROMA


  OASIS EM TRASTEVERE  



Agradabilíssima opção em Roma, no bairro de Trastevere, bairro bohemio, descolado, point da galera e dos turistas; bairro gastronomicamente complicado por todos esse fatores descritos, pois ao ser mega turístico esta cheio de trampas te esperando a cada esquina.
Duvidamos muito na primeira tarde noite que estivemos, odeio errar e como não tinha tantas referencias da zona decidimos recuar e analisar as propostas para voltar na noite seguinte.
Fizemos uma boa peneirada e escolhemos aquele que nos chamou a atenção pela apresentação dos pratos...checado depois na internet soubemos que não tínhamos errado.


Reserva e mesa fora nos aguardando, nos deparamos com um atendimento que merece a pena ser destacado; um dos garçons mais novos manja e muito de vinhos e dedica tempo para explicar cada um dos pratos também.



Falando de vinhos uma boa seleção, talvez a um preço acima da media, pois 6 Euros a taça dum vinho tinto jovem parece algo exagerado.
Começamos com um saboroso e fresco Cesani Vernaccia de San Gimignano, da Azienda Pancole e por 22 Euros, que encaixou que nem uma luva com as frituras pedidas como entradas; vinho jovem, ideal para o calor romano de Junho. A garrafa viajou rapidíssimo nas entradas, pelo que devimos reforçar o pedido do principal com um grande tinto.




Gastronomicamente falando começamos e muito bem...menção especial as entradas, leves, fritadas com bom azeite e o tempo justo e necessário para obter essa cor dourada sem se passar do ponto
Sobressaiu mais esta ."fior di latte de zuca" uma abobrinha bem temperada e perfeitamente fritada, para começar a tarde/noite e consumir esse San Gimignano bem gelado.

 

A bacciola frita (7E) também agradou, porção justa pelo preço, se destacando mais uma vez o ponto da fritura... porem definitivamente repetiríamos a fior di latte na próxima.














Nos principais houve empolgação e desilusão quase que em partes iguais;  derrapada seria na lasanha, esquentada no microondas e com visual desagradável... para piorar em boca confirmou todas as sensações visuais: nenhum sabor marcante, nada para ser resgatado.
Obviamente foi devolvida assim que recebida e não cobrada.
Um restaurante que oferece essa leveza na fritura, a preocupação pela qualidade dos ingredientes e uma grande seleção de vinhos de pequenos produtores não pode se permitir uma lasanha assim, pois se desprestigia gratuitamente.
A lasanha esta identificada com a Itália, os que viajamos lá esperamos duma lasanha tipica italiana um sabor diferenciado, autentico, e não esta falsa versão; grudenta, o molho quase seco...foi substituída, mas não é o caso, nem deveria estar no cardápio.
Pena realmente porque o resto foi show em todos os sentidos, mas não podia deixar de comentar a sensação quando a falsa lasanha chegou.


Contrastando nitidamente, o "guanciotto de bacco", a 18 Euros tinha na carne a suculência e o sabor em prefeita harmonia, prato contundente, que acabou dobrado pois ficou no lugar da lasanha devolvida.



Não fomos na sobremesa, a garrafa de branco e as taças dum muito bom Montefealco rosso consumidas já tinham começado a fazer efeito.
A conta final saiu por 82 Euros, que a primeira vista poderia parecer cara, mas deve se destacar que estão embutidos 34 Euros em vinhos, a conta da comida propriamente deu 48 (uns 170 reais para duas pessoas*, com primeiro e principal cada, em Roma o que é uma RPQ muito bom.










Resumo da opera: bom restaurante para considerar numa visita a Roma, mesinhas fora, descolado, super bem atendido e com boa comida, fora a gaffe da lasanha.



BACCO IN TRASTEVERE
Piazza di S. Giovanni della Malva 14- ROMA


OBS: * Não posso evitar comparar os absurdos preços que pagamos num restaurante em São Paulo, mesmo agora com um dólar (e Euro) bem mais fortes; pense na media do que aqui pagamos por uma entrada e um principal num restaurante bom: NÃO MENOS de 100 reais, o que  expressa claramente a loucura de muitos empresários paulistas do ramo.