All Seasons sempre foi um dos meus prediletos em cada uma das edições do SPRW pois sempre se mostrou como uma opção gourmet, fazendo maravilhas com o limite imposto pelo festival referente ao valor total da refeição a ser cobrada.
Desta vez as sensações foram diferentes, talvez não tenham perdido essa elegância visual, a forma de apresentar o prato, mas alguns sabores e principalmente os tamanhos deles deixaram e muito a desejar.
A primeira sensação inicial foi de desilusão por saber que o grande Chef suiço, Christophe já não esta mais no comando do restaurante...mas ao mesmo tempo serviria para determinar e avaliar ao restaurante sob os novos chefes, aparentemente os dirigidos anteriormente por Christophe.
Começamos e muito bem com a entrada um saboroso cous-cous com abundantes frutos do mar (foto de capa); sabor marcante, bem apresentado....talvez um pouco mais de cous-cous (o que não representaria um costo elevado) tivesse fechado com chave de ouro, mas um começo bem promissor.
Quando os principais chegaram a desilusão (segunda já) tomou conta da mesa: Meu crocante de pato com legumes e risoto de aspargos parecia uma entrada.
Peço para vocês prestarem atenção para a foto, fixem a vista no importante do prato, não naquelas assinaturas que os chefes modernos acostumam fazer com o molho; tirem mentalmente a cestinha que envolve ao risoto e aí descobrirão que o prato principal é na verdade só uma amostra dele.
O crocante de pato com legumes eram dois rolinhos diminutos, saborosos sim, mas inapresentáveis e inconsistentes como prato principal.
O risoto estava delicioso, cremoso, no ponto, bem sucedido, mas em quantidade inaceitável
O Filé de Cod Fish em crosta de azeitona, numa quantidade apenas mais generosa não sobressaiu nem tirou suspiro nenhum na mesa, de fato a crosta de azeitona preta invadiu o prato deixando ao peixe num segundo plano
A sobremesa acalmou a irritação provocada pelos principais e deixou um mini sorriso no rosto; porção surpreendentemente generosa e bem lograda. A patisserie sempre foi um carro forte da casa e não desapontou nem um pouco: um mil folhas de manga com chiboust de bacardi realmente gostoso: massa deliciosa, crocante com uma manga suave e cremosa.
Empolgou menos o duo de goiabada e mascarpone com sorvete de lichia.
A goiabada levada ao outro plano, mais suave e cremosa perdeu impacto e sabor e o mascarpone não tinha esse sabor marcante esperado.
Minhas sensações finais, alem do bom atendimento do maitre e dos garçons foi de insatisfação.
Descuido e grande nas proporções de cada um dos pratos gerou um mal-estar serio nas mesas, não só na minha.
O problema parece mais ser de gerenciamento do que de costos, atento a que dobrar o tamanho do risoto e/o do cous-cous no deveria representar um valor alto...e caso fosse só bastaria diminuir o tamanho da sobremesa para acrescentar os dois pratos que a antecedem.
Christophe foi embora, e seus discípulos aparentam ter o jeito de cozinhar bem, só que as proporções não podem ser um assunto menor numa refeição.
Não saí com fome, mas não saí satisfeito, e isso para mim é um divisor de águas na hora de repetir um restaurante.
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