quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

ARTURITO

 CHAPEAU ou ROLETA RUSA? 




Esses são os extremos pelos que eu passo quando decido jantar no Arturito.
Fui duas vezes em Dezembro, e com resultados tão dispares que é bom colocar em aviso aos futuros clientes.
A primeira, perfeita, foi na noite do 9/12, onde escrevi isto:

 Poucos restaurantes em São Paulo reúnem o que eu procuro na hora de sair jantar fora, e Arturito é um deles.
Capricho na apresentação dos pratos, um salão bonito e requintado e um serviço atento, mas alem disso deve contar com três valores inegociáveis aos que eu não renuncio na hora da escolha final:

  1. Comida saborosa, marcante, diferenciada e abundante. 
  2.  Preço.
  3. O valor do vinho numa refeição.





Em Arturito a estrela é a comida: execuções brilhantes de matérias primas nobres sem que isso represente deixar o 13º numa refeição.

Arturito nos seus inícios era realmente caro, mas de dois anos para cá a equação mudou e mesmo não sendo barato sabendo pedir a relação preço qualidade é excelente pela experiencia que oferece.

A Paula oferece um menu mais enxuto agora, e com isso consegue praticar preços mais camaradas.
Poucos restaurantes deste patamar, quase nenhum diria, oferecem a chance de você levar seu próprio vinho e que A ROLHA NÃO SEJA TAXADA.

Valoro e muto que uma argentina, que nem eu, no seu restaurante aplique a cultura que o vinho tem para nós, uma forma natural de acompanhar as comidas e não da forma que agem outros empresários gastronômicos paulistas, acreditando que o vinho é um luxo para poucos e quem quiser acompanhar uma refeição com ele merece ser esfaqueado sem misericórdia com preços abusivos; Aqui quem não leva seu vinho acha uma carta curta mais com preços honestos.








Da refeição em si própria da noite do 9/12 fomos na salumeria artesanal (45), que serve e muito bem duas o trés pessoas.
Chorizo colorado, pata negra, pato curado e pecorino sardo compõem o prato, muito bem apresentado.
Salumeria de primeira, com palmares no chouriço e no pecorino...talvez essa entrada mereça ser acompanhada por os pães artesanais da casa e não ter que pagar aparte os caros 9,50 do couvert só por pão e manteiga (o único e pequeno ponto negativo que achei na noite).
Bom presunto crú e em boa quantidade, o pecorino, saboroso e cremoso, talvez precisaria dumas fatias a mais.
Igualmente entrada contundente, abundante e de alta matéria prima.







Nos principais fomos num clássico da casa, o olho de bife (72) feito no forno a lenha do qual já tinha falado em matérias anteriores.
O olho é macio, de respeito e chega no ponto pedido a mesa... o acompanhamento poderia ser um pouco mais generoso do que essa solitária batata bouchon, mas não desmerece a excelência da principal estrela do prato: a carne






O outro prato surpreendeu e muito; um polvo (76) carnudo e crocante no exterior (foto de capa) feito na chapa se deu e muito bem com o feijão manteiguinha.
Porção ajustada, tivesse devorado com muito prazer um terceiro tentáculo; O alioli picantinho não foi invasivo e deixou destacar o sabor do polvo.


Um bom tiramisu fechou o jantar com chave de ouro; porção generosa que permitiu dividir.



Sabendo pedir e levando seu próprio vinho é um restaurante de RPQ excelente.

Na janta do 28/12 as sensações foram bem diferentes:
Lentidão no serviço, lentidão na cozinha e  pratos já clássicos que foram tirados do cardápio.
É inaceitável  se sentar na mesa 8pm e que a tabua de salumeria, frios nos fim das contas, cheguem 8.45pm
É inaceitável se sentar com fome e ter que esperar o couvert por 20 minutos.
É inaceitável também  que quando esse couvert, caro por sinal, chega a mesa venham dois pãezinhos e uma manteiga, o couvert para uma pessoa só.
Não é possível ter que começar cobrar aos garçons para que as coisas aconteçam.

Quando eu saio jantar fora quero uma experiencia culinária, que tudo flua para assim poder desfrutar dos pratos, dos tempos da janta e da companhia das pessoas que estão comigo.
Garçons engessados que não sabem resolver nada fizeram a minha experiencia ontem desagradável.

Ontem 28 de Dezembro, alem das demoras,  não tinham empanadas, não tinham tiramisu mesmo estando no cardápio,  e até tiveram  a cara de pau de inicialmente rejeitar a troca dum iogurte que vem com uma chocolate amarga por uma bola de sorvete, tive que me levantar da mesa e pedir falar com quem comanda as sobremesas para poder torcer o braço dela, e para fechar com chave de ouro adicionaram items na conta final que nós não tínhamos pedido.

É o restaurante da Paola Carrosella mas é um restaurante sem comando, de fato eu nunca vi ela nas seis vezes que fui lá... ninguém com jogo de cintura para resolver situações, para agradar com um brinde (sei lá, um patê) se a cozinha por alguma razão se demora mais da conta.
Faltam agrados, mas principalmente comunicação...o serviço parece de manual de garçons sem um pouco de rua, de rodagem para conduzir uma janta, até no dia em qual a cozinha se atrapalha.
Saí puto, não volto mais


Arturito
Rua Artur de Azevedo, 542 - Pinheiros
São Paulo

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