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sexta-feira, 7 de abril de 2017

BODEGAS ATAMISQUE

O SONHO DUM FRANCÊS 



Atamisque é uma vinícola jovem de terras recentemente adquiridas, menos duma década,  pelo belga/galo John Du Monceau.
Ele construiu uma longa carreira na industria hoteleira (ainda é um grande acionista da Accor) e decidiu atravessar o Atlântico na procura dum paraíso...e o achou em San José, Tupungato Mendoza. 

Se poderia pensar que a sua idade, 77 anos, veio só para se relaxar e curtir a natureza, mas nada disso, pelo contrario, o John soube que estas terras do Valle de Uco seriam ótimas para produzir vinho... e aí nasceu Atamisque.
O John a seus 77 anos esta mais vital do que nunca, batalhando duro neste projeto gigantesco que inclui não só a vinícola mas a fazenda, a Estancia Atamisque, vizinha com a vinícola.
 Lugar ideal para se despreocupar do mundo e curtir o golf, a piscicultura, passeios a cavalo e muito outros lazeres. 
Neste resort de campo tem até a chance de adquirir sua própria casa chave em mão com vista pra a Cordilheira, mas nos só fizemos a cata dentro da vinícola e almoçamos na estância, não deram os tempos das duas partes para conhecer a fazenda em a sua total magnitude e entender a dimensão total do projeto... talvez numa próxima visita.
Pegamos eles num dia de reuniões com importadores chineses, mas num futuro próximo já aparecera a oportunidade de bater um bom papo com um Atamisque Assemblage na taça.


Fomos recebidos pelo Adrián Vargas, um dos enólogos  da  vinícola, que contou a historia e mostrou todas as modernas instalações, alem de nos mostrar todo o procedimento de vinificação.
Papo bem educativo para mim em referencia a espumantes, que a vinícola também produz, nos explicando cada um dos passos ate chegar ao produto final.










A CATA:

Para a cata em si própria fomos acompanhados pelo anfitrião e o Coordenador de Turismo, Javier Quiroga. A cata abrangeu toda a linha Catalpa e a Atamisque (fora o Chardonnay), linhas meia e alta gama da vinícola, com surpreendentes resultados, ao ponto que acabei comprando 5 garrafas diferentes.



















CATALPA CHARDONNAY 2012

Começamos claro, pelo único branco, o delicioso Catalpa Chardonnay 2012, uma das belas surpresas do ensolarado meio~dia em San José - Tupungato. Com menos da metade do vinho barricado só 10 messes em carvalho francês de primeiro uso, mais 6 messes em garrafa antes de sair ao mercado, este chardonnay de altura surpreende pela elegância.
É delicado em nariz, super aromático, meloso, cítrico, algo de pera, caramelo.
Em boca explode voluminoso, amanteigado, mineral e bem equilibrado.
Grande Chardonnay, no meu ranking do top ten dos melhores Chardonnay argentinos.


CATALPA ASSEMBLAGE 2011





Seguiram os tintos da linha Catalpa, com um Merlot 2012 delicado e um Assamblage 2011, outra surpresa!

Com o 70% do vinho passando 12 messes por barricas e outros doce engarrafado, este blend de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (2/3) e o outro terco aportado pelo Malbec e o Merlot é sedutor ja em nariz, algo enigmático, deixando aromas florais, frutos vermelhos sem madurar e um toque herbáceo.
Boca suave, saborosa e aveludada, taninos delicados, final persistente...vinho mas bordalês
Pode e deve evoluir em garrafa ainda, outro belo exemplar que acabei me trazendo.




CATALPA MALBEC 2012


Esquentando motores e paladares chegamos ao melhor tinto da linha, o Catalpa Malbec 2012
Grande vinho, que demorou em se abrir, quem o cata apenas aberto pode se levar uma falsa ideia do produto, com uma nariz pouco convidativa ao primeiro contato.
Sou um convenzido que os vinhos devem ser desfrutados e bebidos a garrafa inteira, pelo que realtivizo as vezes algumas impressoes iniciais da cata.
Os vinhos evoluem uma vez abertos, se oxigenam e sempre a próxima taça e melhor do que a anterior.
Perante a rusticidade inicial, aos 20 minutos o vinho era outro!
Bouquet intenso na segunda nariz, amoras, ameixas bem maduras, apimentadinho e com um aroma floral que nao consegui distinguir.
Em boca -a os 20minutos- e bem oxigenado se mostrou um vinho de gente grande; doce, elegante, boa acidez, notas minerais tipicas do terroir, final contundente sem perder a elegância.





ATAMISQUE MALBEC 2011 

A estrela da família, é o carro chefe da vinícola, impulsado pelos 93 pontos que o Parker entregou a esta safra.
Esta vinho já passa 14 messes minimo em barricas de carvalho francês de primeiro uso e de primeira linha, e mais um ano em garrafa antes de sair ao mercado.
Conhecia já ele pois foi apresentado no Premium Tasting na Casa Argentina em São Paulo, do qual falei nesta matéria aqui:
http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/09/premium-tasting-sao-paulo-ii.html

Nariz fechada ao começo, conseguiu  mostrar boa parte do seu potencial aos 15 minutos: fruta preta, cafe,  já uma nariz mais intensa, mais provocadora, presagiando uma boca cativante.
Boca de excelente concentração, vinho intenso, luxurioso com uma fruta bem presente viciando as papilas, mas sem perder a elegância.
Não fui numa segunda taca, do qual me arrependo profundamente...mas comprei umas garrafinhas, que estou esperando chegar de Buenos Aires, onde tive que deixar parte dos tesouros adquiridos por questões de quantidade e peso.



ATAMISQUE CABERNET SAUVIGNON 2010


Outro belo exemplar da vinícola; 14 messes barricado mais um ano em garrafa.
Nariz de frutos vermelhos, especiada.
Boca mineral, com taninos agradáveis e um final bem persistente.Também comprei.














ATAMISQUE ASSEMBLAGE 2009


Vinho de guarda.16 messes da barricas francesas de primeiro uso e mais um ano engarrafado, este blend metade Malbec e a outra metade Cabernet Sauvignon e Merlot é coisa seria.
Continua com o rasgo destacado de todos os vinhos da vinícola, a elegância, mas é muito mais do que isso:
Nariz de frutos vermelhos bem maduros, algo licoroso, levemente apimentado e uma boca super compradora,boa estrutura, boa acidez, delicado.
Vinho bem gastronômico e final persistente e viciante que pede  mais e mais...mais um dentro da caixa.



Conclusões finais:
Grande cata, conhecia alguns exemplares da linha, mas outros me surpreenderam muito gratamente.
A vinícola é muito mais do que um capricho dum milionário francês que queria ter seu próprio vinho.
A elegância, que se percebe como fio condutor em todos os rótulos, não é mais do que a dedicação, o cuidado e o investimento realizado que acabam se refletindo e muito no produto final:, vinhos de alta qualidade oferecido nas duas linhas degustadas. 
Aproveite se viaja lá pois a relação preço qualidade é excelente.






RESTAURANTE RINCON ATAMISQUE




Com a supervisão de Chantal, esposa du John,o restaurante encravado numa das áreas mais verdes de Mendoza é uma boa opcao para quem percorre esta área do Valle de Uco, bem mais afastada da cidade, onde se encontram alem da Atamisque, a Vinícola Salentein, a Andeluna e a Antucura entre outras.


O restaurante é simples e bem aconchegante no seu interior, mas acho que o ambiente externo deveria ser maior e mais aproveitado, para curtir a fantástica  natureza que San José em Tupungato oferece.





Almoço farto, de boa qualidade e num lugar de ensonho e com vinhos maravilhosos, faz falta alguma coisa a mais?


Dividimos esta variada taboa de frios regionais enquanto curtíamos um dos gostosos malbecs da vinícola.
Um perfeito aperitivo. 



Já nos principais, as estrelas do almoço: a truta feita no próprio criadouro da Estancia, pedida da minha esposa, e o corte suíno braseado acompanhado dum vegetais assados.





Um muito bom almoço, que fechou com chave de ouro a nossa visita...que não sera a última.

obrigado Adrián, obrigado a todos!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

PREMIUM TASTING BUENOS AIRES

A DIVERSIDADE ARGENTINA NUMA CATA TOP  





O evento que há cinco anos se repete na cidade de Mendoza e que o ano passado desfrutamos aqui em São Paulo desembarcou pela primeira vez em Buenos Aires a semana passada.

Da mão do seu organizador Nicolás Alemán e com a presença dos mais prestigiosos enólogos do pais se desenvolveu a degustação de 30 sensacionais vinhos pontuados 91 o mais pelo famoso critico Robert Parker.


A cata se dividiu em 6 flights ou passadas de 5 vinhos por vez e tanto a coerência na distribuição dos flights quanto a temperatura do serviço foi absolutamente perfeita.




O evento serviu para demostrar mais uma vez que a diversidade de vinhos e de regiões na Argentina é gigante, não é só Malbec e não é só Mendoza, e que tampouco se pode classificar a Mendoza como uma unica região, com terroirs dentro da própria  província que geram vinhos completamente diferentes.


Blends extraordinários e  Malbecs de diferentes alturas foram degustados, até Petit Verdot, um melhor do que o outro.
Desta vez e com muito bom critério não se escolheu um ganhador por passada, pois não existe um melhor, simplesmente são diferentes.


A grande surpresa da noite para mim chegou no ultimo flight, com uma seleção de brancos FANTÁSTICOS.
Para aplaudir em pé o blend de brancos "@micheliniwines" de Passionate Wine, barricado desde o 2009 e engarrafado só agora no 2015...eu que procuro que um vinho me emocione quase que choro!

 Seria injusto só mencionar esse, pois o Ben Marco Torrontes levemente fermentado em Barrica (que já havia apreciado num almoço na própria Domínios del Plata o ano passado) é levar a uva branca insignia da Argentina a outro patamar... um novo conceito de torrontés.
No mesmo sentido esta o Laborum Oak 2014, outro vinhaço!




Dos tintos fiquei gratamente surpreso com o Pasacana 2013 de Jujuy e Sapo de outro Pozo 2012 de Mosquita Muerta Wines, confirmando a diversidade e a aparição forte de outras Províncias e outros players ao mercado.











Numa categoria de vinhos de sonho, coloquei vários na minha lista, entre eles o Pulenta Estate Gran Corte VII 2011, o Decero Mini Ediciones Petit Verdot 2012, o Eggo Tinto de Tiza 2013, o Ambrosia Terroir Series 2011 e principalmente aqueles dois que me voaram a cabeça no tasting: o Teho Malbec 2013 de Alejandro Sejanovich e o 
Bramare  s.v. Zingaretti, de Viña Cobos.






Uma degustação unica, pois se ter a possibilidade não só de desfrutar excelentes vinhos mais que eles sejam apresentados por aqueles que os produziram, não tem preço.
Um luxo poder interagir com caras como os irmãos Michelini, Seba Zuccardi, Alejandro Sejanovich, Susana Balbo, Luis Barraud ou Andrea Marchiori entre tantos outros.





Desta vez não foi em São Paulo, mas isso não foi impedimento para que o ENOGASTROGRINGO não esteja presente... o formato do evento, a qualidade indiscutível de TODOS os rótulos e a presença de winemakers de fama mundial fazem do Premium Tasting um dos melhores eventos ao qual se pode assistir na America do Sul.




Tomara voltem a São Paulo, os estaremos esperando de braços abertos!