terça-feira, 20 de junho de 2017

RIBERA DEL DUERO - PESQUERA

 NA CASA DUM MITO 

 EGG on the road 


Um dos imperdíveis na Ribera del Duero.
Impossível falar só da visita sem entender onde se está, sem explicar a magnitude de Alejandro Fernandez para o vinho espanhol e para a Ribera del Duero em particular.

Alejandro, que nasceu aqui em Pesquera del Duero esteve vinculado a produção e vinhos a vida toda, e começou com esta bodega Pesquera em 1972, quando quase ninguém se instalava para produzir vinho perto do rio Duero.
Em grande parte por causa dos seus vinhos, que lograram forte repercussão até fora da Espanha, que uma década depois a região conseguiu seu D.O.P. e Alejandro, uma década de vantagem por sobre os seus concorrentes que vieram posteriormente para a região.

A bodega não é a mais charmosa, nem a mais sofisticada, mas é bom começar por uma visita aqui, pois aqui praticamente começou tudo na Ribera.
Ainda melhor, a visita é gratuita, não se estende mais do que uma hora e quinze minutos, e da direito a degustação de dois vinhos.
Me pergunto se todas não deveriam ser assim...ao final de contas a Bodega Pesquera interpreta, e eu concordo, que atrair publico para sua vinícola gerara outros ingressos, como a venda de vinhos, de queijos e com o posicionamento da marca.
 A visita fecha por todos os lados: além de grátis, se visita um lagar histórico, que o Alejandro Fernandez e família usavam no começos somados a alta qualidade dos vinhos da vinícola... um kit perfeito nê?





Visita que eu não queria perder, pois tenho admiração por Alejandro Fernandez, e se for você tampouco perderia.
O lagar é hoje uma peça de museu, mais didática e interessantíssima para entender como os vinhos se faziam anteriormente...o tanque aonde se depositava o liquido, a prensadora das uvas,etc.




Apos o lagar visitamos as modernas instalações atuais da vinícola.




A degustação de vinhos não foi a sonhada, é mas bem básica, mas conhecendo um pouco da para comprar e levar os vinhos que Alejandro Fernández produz não só em Pesquera... pois seus domínios se ampliaram e produz vinhos além da Ribera em Zamora e  Castilla La Mancha também.
Eu comprei e me trouxe, para bebe-los tranquilamente e dar algumas notas de cata vinhos das outras vinícolas dele:
O El Vínculo crianza 2012 e reserva 2007 da bodega El Vínculo e o Condado de Haza Selección 2002.
Do reserva falarei em outra oportunidade, pois ainda não abri ele, mas catei os outros dois com estas impressões:

El Vinculo crianza 2012 de D.O La Mancha, tempranilho 100%, com 18 messes de barrica e mais outros 6 em garrafa, e um dos mais claros exemplos da mão de Alejandro Fernández.

La Mancha, região vinícola por excelência, se destacava mais pelo volume que pela qualidade, mas a mão dum artesão como Alejandro demonstrou o potencial do terroir, o que o ele pode atingir se trabalhado por mãos expertas.
A aposta do Alejandro aqui é pela qualidade antes que pelos rendimentos...se nota e muito.
Custa acreditar que este vinho saia por menos de 10 Euros, de fato paguei por ele uns 7. 
Nariz elegante e complexa ao inicio, mas que já na segunda entrega nítidos frutos pretos.
Em boca é carnudo, taninos intensos mas amáveis e muita fruta, mas sem excessos...vinho muito equilibrado.
Vinho redondinho, que deixa a sua marca no passo pelo palato; final de persistência media/ media alta.
Vinho que entrega muito mais do que se paga por ele, RPQ alta.





O  Dehesa La Granja Selección 2002, da propria bodega Dehesa La Granja. Vinho da vinícola que Alejandro Fernandez tem na Província de Zamora, onde das 800 hectares que o grupo possui 120 são dedicadas ao cultivo do tempranillo.     Este Dehesa, 100 % tempranilho, passa 30 em barricas de carvalho francês e um bom tempo em garrafas. 

Reconheço que tive duvidas se ainda em 2017 ele estaria no seu melhor momento, pensei que tal vez o ápice poderia ter passado já....estava completamente errado.

Algo licoroso na primeira e segunda nariz, com a suficiente oxigenação ele começa a mostrar parte de todo o seu potencial...elegante, sedutor, brincalhão, com potencia e personalidade.

O passo do tempo domesticou os taninos e que dão um vinho meloso e aveludado, guloso, mas com a elegância da qual já presumia em nariz...sensacional!
Pena de ter trazido uma garrafa só....daqueles vinhos que se podem beber a garrafa inteira uma vez que respiraram o tempo preciso.









Voltando par a visita, motivo central da matéria, Pesquera é uma parada obrigatória para quem se interessa pela historia e não só pela beleza duma vinícola,

Os nossos agradecimentos a Lisanne, do Departamento de Comunicação e Enoturismo, com quem coordenamos a nossa visita.


Bodega Tinto Pesquera
Calle Real, 2, 47315 Pesquera de Duero





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