quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

HUARPE WINES

 GRANDES SENSAÇÕES 




Fora a visita feita em Novembro a esta vinícola, detalhada aqui:  http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/12/huarpe-wines.html , ficou pendente o analise dos vinhos mais top da adega.
Criados em barricas e não em berços; os irmãos Toso, descendentes de famílias tradicionalíssimas do mundo do vinho, produzem vinhos de altíssima qualidade a preços bem honestos.

Da linha de entrada deles, os Lancatay, só experimentei o Cabernet Sauvignon 2014 in loco, na própria vinícola... do resto da produção me trouce alguns exemplares para degustá-los num momento propicio, e aqui as minhas conclusões:


Taymente Malbec 2013:

Vinho comprador, pura fruta, com uma intensidade em boca surpreendente; taninos suaves, bom aporte da madeira dando corpo ao vinho sem ser invasiva. 

Smart buy dentro e fora da Argentina, fora aqui infelizmente, onde é importado e comercializado pela Maison des Caves na faixa dos 75 reais, o que prejudica notoriamente a sua relação preço qualidade.



Huarpe Winery Selection 2010 Terroir Uco Valley

Foi divinamente harmonizado com um olho de bife no Arturito, da Paola Carrosella, sobre o qual já publiquei as minhas sensações aqui: http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/04/arturito.html
Este vinhaço 2/3 Bonarda e 1/3 Petit Verdot é um vinho diferente, não é para qualquer um.
A extranha combinação das duas uvas deu um vinho fresco, tranquilão mas complexo ao mesmo tempo, para ir apreciando as suas bondades taça a taça.
A suavidade e a fruta madura do Bonarda (ha muito pouco tempo atras a uva era só usada para fazer vinhos de corte) se mistura e muito bem com a estrutura e as notas herbáceas e de especias do Petit Verdot.
É um vinho com muito bom corpo, os 14 messes de barricas francesas de primeiro uso deram boa estrutura.
Para aqueles que procuram vinhos diferentes, se escapando dum porto seguro.




Huarpe Winery Selection 2010 Terroir Maipu

Oh la la!!!...Neste blend predomina o Cabernet Sauvignon, 70%, misturado com um 30 de Merlot.
Mesmo pasando o mesmo tempo madeirado do que o anterior, aqui os resultados são bem diferentes.
O vinho que já apresenta uma nariz brincalhona e profunda, com fruta preta e pimenta aparecendo nitidamente e deixando a imaginação voar prestes ao que esta por vir:  literalmente uma explosão no palato!
Vinho envolvente, de grande corpo e dum persistente e aditivo final.
Talvez merecia um prato mais contundente que esse sandwich de fraldinha com que eu acompanhei, mas precisava dum pretexto para abrir a garrafa, a ansiedade estava me matando!! 
Igualmente funcionaram bem juntos, com um claro e antecipado vencedor; o vinho





Me faltou trazer o Huarpe Terroir Agrelo, 80% Malbec e 20 de C.S e de vinhedos próprios , talvez a combinação que seguramente teria me voado ainda mais a cabeça.
Este aqui é por enquanto o único a ser importado pela Masin des Caves, a caros 99 reais



Guayquil 2007 El Elegido


Blend de cinco uvas, é o vinho ícone da vinícola.
Malbec e Cabernet Sauvignon conformam as 3/4 partes do vinho, deixando o quarto restante ao Petit Verdot predominando por sobre o Bonarda e o Tannat.
Outro vinho complexo , tanto em aromas quanto em boca.
Fiquei com a sensação que, mesmo aberto agora em 2015, tem para evoluir em garrafa.
Gostei dele, da sua acidez e seu largo final, mas fiquei mais impressionado com o Huarpe anteriormente descrito.



Para quem quer começar a conhecer esta vinícola, a amplia gama dos Lancatay (a linha de entrada) são comercializados a interessantes 49 reais aqui no Brasil no site da importadora.



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

QUARA TORRONTES 2014

SURPREENDENTE!


Torrontés saltenho, de Cafayate, com toda a tipicidade própria da região...frutos cítricos e tropicais bem marcantes em nariz, bem aromático, duma Finca (Finca Quara) que esta fazendo e muito bem as coisas há um tempo ja (e não só com os brancos) e da qual não tinha escrito ainda.
Em boca é fresco, brincalhão, vinho com muita personalidade, nítida manga em palato, com o amargor caraterístico da uva no final.
Entrega muito pelo preço que é vendido, mesmo aqui no brasil com as grandes margens acostumadas. Um vinho na faixa dos 35 reais aqui , com um RPQ muto bom.
Torrontés selvagem, vinho para beber na hora e não de guarda. pelo que se sugere comprar só as ultimas safras.
Eu mandei ele com uns raviolis de abobora, manteiga e tomilho e funcionou bem...igualmente acho ele um grande parceiro do sushi e do ceviche.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

HOTEL FAENA


  EL MERCADO  

DISTINGUIDO E ACONCHEGANTE




Quando vou para Buenos Aires não posso me resistir a experimentar sensações das quais me privo em sampa.
Os preços malucos da cidade onde moro somado a entrepeneurs que pretendem que nos os clientes financiemos sua pretensiosa e luxuosa vida me colocam a anos luz de este tipo de propostas.
Em Buenos Aires, até porquê o cambio nos favorece, este tipo de degustações gourmets não custam um olho da cara.
Um jantar de passos, num hotel do requinte do Faena (comparável talvez com o restaurante Sky do Hotel Unique), com a harmonização dos vinhos Catena, quanto custaria em São Paulo?
Lá, por acordos com determinados cartões de crédito, se pode ter essa experiencia por 790 pesos o casal, uns 160 reais se trocar bem seu dinheiro, o que aqui  e com muita sorte pagamos por uma refeição num restaurante normal sem vinho.....inacreditávelmente certo.

O cardápio do El Mercado era super tentador e não defraudou nem um pouco.

Excelente caldeirada de camarões em leite de coco; prato completo, contundente, cheio em aromas e sabores, uma das estrelas da noite.

As outras entradas foram de nível também: boa burrata em pesto de tomates e avelas; burrata cremosa, voluptuosa...talvez um presunto parma e rúcula combinariam até melhor, mas uma entrada igualmente irreprochável.
  
As mollejas com aceto e purê de batata trufado mostrou se com personalidade, crocantes no exterior e carnudas por dentro.O purê de batatas pecou por ter chegado na mesa um pouco fora de temperatura, mas não opacou a satisfação final pelo show de entradas.

Nos principais, as duas opções estavam firmemente executadas.
O clássico salmão na chapa, bem selado e crocante por fora agradou a plateia feminina da mesa. Eu e meu irmão optamos pelo vacío (fraldinha) maturada e braseada acompanhado de saborosíssimas (mas escassas) batatas bravas, aquelas cozinhadas com a casca.
Corte macio, que desmanchava na boca, grande pedida!.












As sobremesas foram dispares: bom vulcano de chocolate com sorvete de baunilha, enquanto o panqueque (crepe) de doce de leite não provocou tanto suspiro assim.O caramelo anunciado sumiu de cena e o tamanho dele era pequeno; só uma leve derrapada, mas que não opaca a gratíssima  impressão geral do jantar.





O atendimento foi de primeira, show de bola, o que contribuiu e muito para ficar com essa  impressão final: o time comandado por Cristian Veltri, com garções espertos (não me lembro dos nomes infelizmente) que foram além em tudo, com a cintura que um garçom de respeito deve ter, e a flexibilidade para trocar algum item do cardápio e fazendo o mais importante: deixando ao cliente satisfeito e com vontade de voltar.



Dos vinhos já tinha falado em outra matéria, grande Chardonnay de DV Catena, correto o DV Catena Cabernet - Malbec  e corretíssimo o espumante D.V Nature


Conclusões Finais:Agradabilíssima proposta em Puerto Madero, num hotel de luxo e com preços atrativos para os que moramos aqui no Brasil.

EL MERCADO - FAENA HOTEL
Martha Salotti 445 - Puerto Madero - Buenos Aires