quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CHIUSO

Dicas de restaurantes - Buenos Aires

A EVOLUÇÃO DO DOPPIO? 

 CHIUSO 


Mariano Ackman, um carismático judeu servindo comida italiana, inventou o Doppio Zero ha mais duma década, um restaurante de bairro do qual eu tinha virado fá e sobre o qual escrevi e muito em outras matérias. 
Ele decidiu que era tempo de evoluir, de se transformar, de fazer que um restaurante de bairro e de culto virasse um mais aberto aos turistas também funcionando durante o dia, justo frente a praza San Martín, uma das mais tradicionais de Buenos Aires e bem próxima ao calçadão Florida..
Fechou o Doppio do bairro de Belgrano, o que muitos lamentamos e que funcionava e muito bem, para abrir este Chiuso.

Em Doppio as estrelas eram a comida e o Mariano, pau a pau; aqui talvez porque na nossa unica visita o Mariano curiosamente não estava, sentimos a falta dalguma cosia a mais, o ambiente diferente não ajudou pois carecia de luz suficiente principalmente na área do bar, tornando o lugar triste, meio sem graça.
Um restaurante com uma figura tão especial perde e muito quando ele não esta...foi o que aconteceu conosco, que fomos para ter uma experiencia completa e só recebemos parte dela.


Também mudou o sistema, daquele menu de passos de Doppio pra este onde se podem pedir meias porções de qualquer prato, pagando o 60% do valor total; uma mudança teórica, pois cada cliente pode montar seu próprio menu de passos, escolhendo livremente do cardápio a meia porção. 

Ficamos num porto seguro e escolhemos as grandes estrelas de Doppio, só pra ver se alguma coisa tinha mudado gastronomicamente falando.. nesse sentido as entradas, embora as mesmas, não produziram o mesmo efeito do que em Doppio: o pate, mesmo bom, tinha perdido algo de magica enquanto a mussarela trançada não empolgou na mesma proporção que aquela que ficava na minha memoria gustativa .




Nos principais todas as nossas nostálgicas sensações se perderam: sensacionais raviolones de rosbif  com manteiga e sálvia, prato memorável e até melhor daquele gravado na memoria.. aqui a evolução foi pra melhor e o Chiuso ganhou claramente a partida. .



Não ficou atras o ossobuco alla milanesese(foto de capa), uns dos antigos carros chefe e que aqui em Chiuso atinge o mesmo nível de excelência.

 Conclusões finais: mesma cozinha e diferente look e sistema, com um ambiente que precisa ser melhorado...não é prazeroso se sentar paralelo a barra de drinques, essa parte do resto ainda parece mais um bar do que um restaurante.
Talvez para aproveitar o encanto da praza, o segredo seja ir ao meio-dia e não a noite, com principais de tirar o folego.
Sentimos e muito e falta do Mariano, mesmo tendo feito a reserva com muita antecedência...essa figuraça,  a quem defini alguma vez como a mistura de Woody Allen e Capussotto (um cômico portenho) é a essência do lugar, sem ele Chiuso vira só mais um dos bons restaurantes na minha lista de visitas cada vez que volto.

FREUD & FAHLER

Dicas Gastronômicas Buenos Aires

 NC F&F 
Cozinha de Autor na sua máxima Expressão  



Era uma divida pendente, sempre tive vontade de conhecer este lugar, mistura de bar de tapas restaurante e patisserie antes localizado no coração de Palermo Soho e agora com endereço novo, mas perto ainda do apé que tenho em Buenos Aires..
Pioneiro em se estabelecer no Soho com um restó de autor, decidiu se relocalizar e se estabelecer numa área nova, não gastronômica por enquanto.

Numa esquina aparentemente morta, num local despojado e minimalista, com um chef e proprietário, Pol Lykan que não tem pinta de chef, todas as primeiras impressões não pareciam as melhoras...até que pela porta entrou Francis Mallmann para almoçar também (foto) ...aí soube que tinha escolhido o lugar certo.





A confirmação dessa certeza começou já no couvert, com hommus, paes caseiros e esse tipo de galleta salgada que poderia ter comido cem. O hommus, saboroso, foi reposto quando solicitado.


Entradas para paladares exigentes, como os calamarettis a Lyonesa, com a crocáncia e a textura que um calamar de respeito deve ter.
Os bolinhos, em teoria uma entrada ou tapa mais simples mostrou se diferenciada, com sabor marcante e puxados em bom aceite.

Já nos principais eu errei na escolha do spaghetti como camarão, mas foi meu erro e o assumo; o prato estava bem. correto, mas não provocou suspiros.





O carro chefe da casa, uma paleta de cordeiro maturada é cozinhada no vácuo, foi a grande estrela do almoço; Muito bem acompanhada de batatas, olivas pretas, quinoa e pimentos defumados superou incluso as altas expetativas criadas.
O Taymente Malbec, dos irmãos Toso, harmonizou perfeitamente com esta paleta que desmanchava na boca.
O prato foi contundente, suculento, macio, conseguindo deixar sensações gustativas na memoria, pois eu estou escrevendo esta matéria quase dois messes depois de visitar o restaurante.






Um muito bom tiramisu fechou com chave de ouro o almoço.


Conclusões finais: lugar para descobrir, fora do circuito clássico gastronomico portenho.
 Eles possuem um menu executivo bem mais acessível, com pratos mais simples.
O restaurante é custoso, mas não caro pela qualidade da matéria prima que oferece.
Igualmente, pensando que se encontra fora dum polo gastronômico, que o chefe Pol e também o proprietário e que só tinha uma garçonete (muito atenciosa) para o serviço, acredito eu que os preços poderiam ser menores, bem menores.

Freud &Fahler
Godoy Cruz esquina com  J.A.Cabrera, Palermo

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

SIETE FUEGOS

DIÁRIO DE VIAGEM  - MENDOZA - RESTAURANTES

THE VINES - SIETE FUEGOS
FRANCIS MALLMANN
- menos fogo do esperado-

The Vines, onde o restaurante Siete Fuegos se encontra, é um empreendimento hoteleiro e de investimentos.
Nos fomos atraídos somente pela famosa culinária de Francis, somado a uma paisagem fantastica como é esta area do Vallede Uco, bem verde e onde a Cordilheira pode ser tocada com a mão.
Aproveitando o fato que é vizinho do Casa de Uco, onde ficamos hospedados, marcamos um jantar com gigantes expetativas, das quais só algumas foram cumpridas.


O restaurante Siete fuegos já é convidativo desde o nome, um grande acerto de marketing sem dúvida alguma, mas esse chamariz que o nome tem, somado ao nome dum dos chefs mais badalados da Argentina e com amplo reconhecimento internacional coloca a vara muito alta... o restaurante e principalmente a comida devem estar a altura.
Baseada na cozinha regional, a ideia é duma cozinha onde são aproveitadas as diferentes utilizações do fogo, as diferentes opções de cocção. 
O complexo em si próprio e o restaurante em particular respiram requinte, glamour, todo é chiquérrimo e bem sofisticado.
Esse requinte interno somado a paisagem de sonho externa precisam duma cozinha que atinja o mesmo nivel, e não foi o caso, ao menos na nossa unica visita.




Bom couvert e muito boa provoleta, generosa, servida na temperatura justa e apresentada na cumbuca perfeita para manter o calor mostraram um começo muito promissor.
O serviço das águas, que tem um preço fixo e que permite seu consumo ilimitado é eficaz para as duas partes enquanto a custos, e a reposição é permanente, como também acontece no outro restaurante do Francis na Cidade, o 1884.





O principal derrubou as altas expetativas criadas; dividimos uma "parrillada de chanchos" isto é diferentes cortes suínos assados na churrasqueira.
Em porção generosa o prato foi correto, só correto, não despertando suspiro nenhum.
Vitima do seu próprio marketing, toda aquela sedução do lugar, de Francis Mallmann, dos sete fogos que impressionam desde o nome e do valor que você sabe vai pagar pela experiencia, toda essa magica começa a se perder si o que é servido é somente bom, se não consegue impressionar e deixar a sua marca na memoria. 
Quem se locomove especialmente até lá, que não é um lugar de passo espera um jantar diferente, inesquecível, não mais um jantar, que foi a minha sensação final, tirando o encantamento com o lugar.


Tentadoras frutas assadas no forno de barro apareceram como opção tentadora no menu, mas de novo a expetativa superou a realidade.
Mesmo bem apresentado na sua própria panela de cocção não impressionou ao paladar.













Conclusões finais: sensação agridoce na nossa unica visita, existia também a opção pelo menu de 11 passos, mais por exagerados 250 reais por cabeça , que não cabe em qualquer bolso e definitivamente não no meu.























O restaurante esta bem longe de Mendoza, longe demais também da rota dos vinhos, pelo que fazer a viagem até la só para almoçar ou jantar não é sugerido se as suas expetativas são altas em referencia a comida, que nem as nossas.

Siete Fuegos
Ruta Provincial 94, km 11
Tunuyán, Mendoza