terça-feira, 23 de junho de 2015

GASTRONOMIA - MADRI - CORTE INGLES

GOURMET EXPERIENCE - CALLAO 



A "Gourmet Experience" do Corte Ingles na maioria da sua lojas de departamentos em Madri é uma proposta interessantíssima para a compra de produtos premium: azeites, vinhos, chocolates e outras delicatessen se espalham nas amplas lojas..
Naquela que fica no centro próximo do Callao tem a grande vantagem de estar no nono andar e surpreender com uma belíssima vista da cidade, de tirar o folego!
A antiga cafeteria do Corte Ingles foi totalmente restaurada com um grande diferenciado: a varanda aberta e muito confortavel com poltronas moderninhas que antes não existia.
Fiquei igualmente com a sensação que é um lugar pra comprar aqueles produtos gourmet e pra desfrutar duma boa taça dum riojano, ou dum toro ou dum tinto da Ribera del Duero que para jantar propriamente.





Fiquei impressionado pela "Marques de Riscal Experience" a vinícola oferecendo todas a gama do seus produtos para serem bebidos em taça com valores desde os 5 Euros em doses generosas ou aqueles mais caros como o Gran Reserva ou o 150 aniversario onde o valor sobia para 12 Euros.

Culinariamente falando, parecia mais uma praça de alimentação dum shopping do que uma experiencia gourmet.
Uma pizzaria, uma casa de hamburguesas, um mexicano, uma de pinxtos...tapeamos bastante de lojas diferentes mas nem a tortilla nem o solomillo suíno nem aqueles com salmão que não fotografei tiveram esse algo a mais como para sugeri-los.






Curta o lugar, faça a sua compra e vinhos que eles o embalam para viagem e te entregam no hotel sem custo, os preços dos vinhos são similares aos concorrentes pelo que não paga um sobrepreço nem pelo serviço nem pelo requinte do lugar...e aproveite também para chegar antes do por do sol, terá a chance de ver Madri de dia e iluminada também a noite.








Em definitiva um lugar para fazer a previa antes da janta....curta um Marques de Riscal como aperitivo e jante num outro lugar...Casa Lucas talvez.


 Corte Ingles Gourmet Expereince -
Plaza de Callao 2 - Madri













segunda-feira, 15 de junho de 2015

NAVARRO CORREAS

O GIGANTE PROCURA SE REPOSICIONAR NO BRASIL


Mudanças nesta tradicional vinícola Argentina...não só de imagem nos rótulos mais também estruturais, na procura dum reposicionamento no mercado brasileiro e dum novo importador.

Neste contexto a Navarro Correas apresentou toda a sua gama de vinhos e espumantes na Expovinis 2015.

Consegui testar só alguns com as seguintes impressões: 

ARBOLES MALBEC 2014
Sem passo por madeira é frutado, simples, honesto, pronto para beber, não pretende se posicionar num patamar acima do que é: um vinho para todos os dias, sem complexidades.

Da linha NAVARRO CORREAS RESERVA 2012 SELECCION DE PARCELAS testamos o Chardonnay e o Cabernet Sauvignon, os dois com 12 meses de crianza 


No caso do chardonnay só uma parte do vinho é barricado por esse período pelo que mesmo reserva, não é um vinho de guarda.
O aporte da madeira é bem leve, pelo que resulta um chardonnay brincalhão, fácil de beber, convidativo, mas com final persistente, pedindo mais.
Desconheço o preço aqui no Brasil para estabelecer seu RPQ.















Já no caso do Cabernet todo o vinho passa barricado os 12 messes, pelo que aqui temos un vinho com outro corpo.
Seleção de parcelas de tres regioes diferentes(La Consulta, Tunuyan e Lujan de Cuyo) é em realidade  um "blend" de cabernet sauvignon, cada uma aportando a caraterística mais saliente do seu solo para o bom resultado final.
Intenso em boca, vinho bem estruturadinho e equilibrado.
Final intenso, um blend de cabernets bem sucedido.
Safra 2012 que esta pronto para beber, dificilmente evolua mais em garrafa, mesmo com um potencial de guarda dum par de anos a mais.


Esperaremos saber os valores de venda aqui no Brasil para estabelecer o RPQ de cada um deles.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

VINHOS CONDEMINAL

Atamisque apresenta a sua nova linha


A vinícola Atamisque, que tive o prazer de conhece la de perto na minha ultima visita a Mendoza
( http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/11/bodegas-atamisque.html) criou uma nova linha, os Condeminal; o nome não é por acaso, é o sobrenome da esposa do John Du Monceau o dono do Atamisque e sobre quem falei e muito na materia anterior.
Se apresentam com uma linha de entrada, os chamados "poncho pampa" e os de alta gama os "poncho llama".

Dos seis exemplares que componem a nova proposta, experimentei três deles, com uma muito grata impressão, mais ainda sabendo que vem dum pessoal realmente apaixonado pelo que faz.

PONCHO PAMPA CABERNET SAUVIGNON 2013: Um cabernet pronto pra beber.
 Sem complexidades,  é um vinho muito honesto, que não pretende mais do que é.
Não tem passo por madeira, vinho que solta fruta em nariz e que viaja e muito fácil pela boca.
Boa impressão final.



PONCHO DE LLAMA MALBEC 2012: O irmão gêmeo não reconhecido do Catalpa.
Passa 12 messes metade em madeira e a outra em inox...o resultado é um tinto elegante, equilibrado, com estrutura e com muita fruta, sensações e das boas que também tive com o Catalpa Malbec oportunamente.
Grande vinho, para ficar de olho no seu valor de mercado e abastecer a adega.



PONCHO DE LLAMA CABERNET SAUVIGNON 2012: especiadinho, algo mineral, fresco e frutal, com um muito bom final de boca, persistente e taninos firmes; outro para ter muito em conta.

Desconheço o valor aqui, pois estavam na procura dum importador para esta linha na ultima Expovinis.



Experimentei também, por uma cortesia de Jean- Edouard de Rochebuet, Diretor Geral de Atamisque, o seu espumante Vicomte De Rochebouet Extra Brut Rosé...OH LÀ LÀ!!!


Fresco, elegantíssimo, blend de Chardonnay e Pinot Noir e que impacta a todos os sentidos.
Visualmente a garrafa parece um champagne francês e uma vez aberto já a sua sedutora cor salmão rosado pálido é um chamariz, intrigante, enigmático.
Paixão ao primeiro gole, super convidativo, bem frutado, elegante com pequenas bolhas, um espumante de altura em todos os sentidos, não só porque é feito a 1.300 metros.
A produção é pequena, quase que um trabalho artesanal
Um ano maturando em garrafa antes de sair ao mercado dão a este grande espumante o corpo necessário para sobressair pela sua fineza e elegância, sem perder frescura e impacto frutal.
Grande descoberta, não sei se é comercializado no Brasil ainda, estavam na procura dum importador.
Espumante de gente grande, para agendar e checar periodicamente se aparece finalmente por aqui, pois imagino um valor sensivelmente inferior a os outros da sua categoria.







segunda-feira, 8 de junho de 2015

EXPOVINIS 2015


Como vem se repetindo ano a ano, São Paulo teve a sua feira de vinhos mais importante do ano nos dias 22,23 e 24 de Abril, os mesmas datas do ano passado.

A feira continua contando com a presença dos principais países produtores do mundo, sendo um ímã para pequenos e medianos produtores europeus querendo morder uma fatia deste gigante mercado brasileiro. 

Houve uma alta qualidade nos produtos oferecidos, mas fiquei com a sensação que uma feria deste porte precisa segmentar mais um pouco a qualidade dos visitantes, e dividi-los em dias diferentes, pois os produtores, que pagam seu espaço e que tem um custo importante para se locomover ate aqui para apresentar seus produtos, vem para fazer negócios, business, trade, achar importador na maioria dos casos pelo que necessitam dias exclusivos para profissionais, aqueles que realmente tem decisão de compra, e deixar para outro dia aos visitantes, e mesmo aos sommeliers, que degustam mais do que decidem.


Falando do que a feira entregou, esta vez só fui dos dias, pois o outro coincidiu com o Malbec World Day, pelo que a minha visão não foi completa como nos anos anteriores. 

Boa presença francesa, principalmente com Champagnes, brancos e  rosados.






Dos brancos gostei e muito do o CROCHET do Domaine Dominique et Janine de SANCERRE na região de Loire.
Um sauvignon blanc diferente dos chilenos que acostumamos tomar por aqui.
Uma nariz aromática e expressiva,algo mineral e uma boca mais complexa....para ficar de olho se finalmente acham importador.












O branco do novo mundo escolhido ganhador pelo juri local foi o chileno CASAS DEL TOQUI Gran reserva Terroir Selection, mas infelizmente nas duas vezes que me aproximei do balcão o vinho NÃO ESTAVA DISPONÍVEL.

Escrevi já sobre o Casas Del Toqui, falando dos vinhos de entrada da adega, com boas sensações...lamento não poder falar sobre este de alta gama ainda.



Amei o rosado ganhador, o Saint Sidoine Cõte de Provence 2014, do Cellier Saint Sidoine, com a frescura e a leveza que se espera dum rosado, mais duma elegância marcante.






O Champagne ganhador foi a Champagne NOSTALGIE, de Georges de la Chapelle , uma champagna predominantemente chardonnay, mais com o 30 % restante aportado por dois Pinot, o noire e o meunier.
Esta champagnera, o George de la Chapelle, produz outros 5 tipos de champagne, e este é seu icone.
Passa ao menos 4 anos em cava e o resultado é uma bolha de uma finura, duma delicadeza surpreendente.
Em nariz os frutos secos governam logo de cara deixando sutil passo a algumas especiarias , enquanto em boca a noz continua sendo protagonista. Grande frescura, estilosíssimo.

Uma champagne de sonho realmente, para se ajoelhar e bebe lo gole a gole...a piada não é barata, já custa de 40 a 50 Euros lá, pelo que imagino que sera comercializado aqui não por menos de 500 reais.











Dos tintos, os que mais degustei nestes dois dias, me surpreenderam gratamente alguns italianos, os de VILLA TRAVIGNOLI em particular e seu TEGOLAIA, ao ponto tal que os adicionei na minha lista de vinícolas "aziendas" a visitar na Toscana nesta viagem da qual acabei de retornar.
Sobre estes farei uma nota separadamente, pois acabei visitando a azienda e degustando toda a linha de produção.


Continuando com os italianos,  chamou e muito a atenção que na Toscana exista uma produção de Tempranillo, uva predominantemente espanhola... é o caso de Pietro Beconcini e seu IXE, importado aqui pela Prosecco Express, a interessantes 109,90 reais, conforme seu site indica.
O Ixe tem a ver com o X , porque nem eles sabiam que essa vid era de tempranillo originalmente.

Houve uma ampla variedade como acontece em cada edição de tintos argentinos, e de muita boa qualidade.

A vinícola Renacer, com seu R, ícone da adega, levou o premio do juri como melhor tinto do novo mundo da feria.
Vinho de gente grande, passa barricado em carvalho francês 24 messes e mais 6 em garrafa antes de sair ao mercado.
Robustez, corpo, nítida framboesa em nariz, um muito bom equilíbrio entre fruta e madeira surpreendem deste exemplar; final persistente com taninos potentes...um vinho que tem para evoluir e muito em garrafa ainda.
Os Punto Final também foram apresentados pela vinícola, com uma ótima relação preço qualidade.

Atamisque trouxe uma nova linha, os Condeminal, dos quais também farei uma nota separadamente incluindo o seu surpreendente espumante.

Navarro Correa, um gigante da industria na Argentina, apresentou a gama completa do seus produtos, e também terão a sua matéria por separado.


Em resumo, uma boa feria que continua crescendo mais que precisa começar a se segmentar mas, dividindo e bem os dias de degustação e os dias de trade.