terça-feira, 22 de março de 2016

MICHELINI BROTHERS - ZORZAL WINES

OS IRMÃOS MARAVILHA 





A industria do vinho na Argentina passa por um momento excepcional, principalmente em referencia aos enólogos, aos artistas que produzem o vinho.
Uma nova geração que decidiu sair do padrão e vir com ideias novas , irreverentes, ousadas, fantásticas...e entre eles estão os irmãos Michelini.
Gerardo, Juan Pablo e Matias estão revolucionando a industria fazendo vinhos antológicos e desafiantes, todos interessantíssimos com uma relação preço qualidade surpreendente.

Nesta matéria só vamos falar de Zorzal Wines, a vinícola onde coexistem os três irmãos. 
Vinícola jovem, só tem oito anos de vida, mas que foi tão revolucionaria e se mostrando diferenciada que não passou despercebida pelos grandes capitais internacionais, e desde 2011 parceiros candaenses se somaram ao projeto destes irmãos maravilha. 

Mas a injeção de capitais estrangeiros não fizeram os Michelini modificar a sua forma de entender e fazer vinho, todo o contrario... potenciou eles já que permitiu que a vinícola conte com tecnologia de ponta para sustentar as ideias geniais dos caras.

Caras que tentam mostrar o terroir em cada um dos seus vinhos, mas fruta que madeira, aproveitando 
a altura do terroir, Gualtallary,  a 1.350 metros, o que se traduz em vinhos bem frescos.

Neste caso falaremos dos vinhos que eu já experimentei e que me surpreenderam muito.

  ZORZAL TERROIR UNICO   
 Dos melhores vinhos que se podem achar na faixa dos 8 dólares na Argentina.
Sem barrica, só criados em piscinas de concreto,este Terroir Unico oferece tudo o que o Gualtallary tem de diferencial:: aroma fresco e floral, bem mineral e uma boca gulosa, elegante, frutada na medida certa. 
e a expressão do terroir nítida com uma textura diferente e um final pedindo mais.
Não é um vinho de guarda, pelo que se sugere comprar sempre as safras mais novas.


 EGGO TINTO DE TIZA 2014 


Outro sem paso por madeira... ele é criado em ovos de cemento; Malbec com pequenos aportes de Cabernet Franc e Sauvignon, bem pequenos.

Seu nome não é por acaso, os solos calcares de Gualtallary provocam essas notas de tiza; nariz profunda, complexa.

Em boca é suculento, voluminoso com um perfeito equilíbrio e muito bem estruturado taninos fortes, boa acidez; vinho fresco.

  ZORZAL GRAN TERROIR MALBEC 2012  



Para mim o melhor dos tres... Gualtallary 100 % Malbec e com 12 messes de madeira.

Tem frescura, intensidade, fruta, complexidade.e o aporte justo da barrica para entregar umas notas diferentes e estruturar o vinho, mas sem ser invasiva.

Boca ampla, gulosa, com boa concentração.O final é de sonho, quase aditivo.

Na faixa dos 50/55 reais na Argentina...aqui a Grand Cru o vende a caríssimos 152 reais.

Vinhaço, duma excelente RPQ na Argentina, não no Brasil.


Viram outras matérias sobre os Michelini brothers, vinhos pelos quais tenho uma fascinação especial, pois entregam muito pelo preço que custam.


quarta-feira, 16 de março de 2016

LA MAR CEBICHERIA SÃO PAULO

  NOITE MÁGICA!  


Em virtude da comemoração do 7º aniversario do La Mar em São Paulo foi organizado pela casa um jantar especial, sobe o comando do chefe peruano Anthony Vázquez, chefe de cozinha do La Mar Buenos Aires.
Confesso que tinha minhas duvidas quando decidi reservar, pois alem do preço não ser econômico, 210 reais por barba, sempre fica o receio dos tamanhos das porções...eu não sou aquele que gosta de tudo na conta e nada no prato.
Decidi arriscar e foi, culinariamente falando, una das melhores decisões da minha vida.
A favor tinha que eu já conhecia a casa, e consequentemente a qualidade da sua cozinha, alem do salão ser um charme só.
Tinha tudo para dar certo e deu certíssimo!

Pra começar as ostras (foto de capa), uma para cada temperada com maionese de vieiras e abacate; bom apetizer, para ir abrindo o apetite.

Seguiram os cebiche clássico e chupe ambos com leite de tigre.
O clássico é já um carro chefe da casa e pode ser pedido qualquer dia... saboroso, fresco, leite de tigre na medida certa e um prato de execução correta

O de chupe não me empolgou, camarões crus não são muito minha praia...provavelmente o prato menos acertado ao meu palato.



Na sequencia a estrela fria da noite:
O delicioso Atum Toro em molho de maracujá...atum carnudo e que combinou perfeitamente com esse adocicado diferente do maracujá.




Saborosíssimo também o tiradito de vieiras, na sua própria maionese, pimentão amarelo e abacate.
Tocou pra ele concorrer com o atum e por isso acabou virando um coadjuvante, quando o prato em si próprio tinha todas as condições para sobressair.




Um La Mar lotadíssimo, quem não reservou perdeu.


Os quentes começaram a aparecer...um melhor do que o outro.
Juntos vieram o Lagostim na pedra com pimentão amarelo, lagostim suculento e muito bem temperado e o outro carro chefe da casa, o polvo anticuchero.




O polvo é para mi a grande estrela do restaurante e a razão pela que eu vou lá.
Desta vez não foi feito na chapa, o Anthony deu a sua versão desta iguaria, com chimichurri de pimentões e maionese de vieras, mas deliciosamente acompanhado por umas batatas aplastadas.
polvo carnudo, bem temperado e um prato com todas as texturas: a batata cremosa e embebida pelos pimentões contrastou genialmente com a textura do polvo...brilhante!






E ainda tinha mais por vir, um peixe inteiro frito apresentado até com cabeça na mesa.
Frito sem exageros, e com um interessante molho de alho, alem de alhos laminados.
Prato que poderia ter sido a estrela da noite, mas naquele momento da noite as iguarias que já tinham passado e o tamanho das porções deixaram pouco espaço para continuar esta verdadeira orgia gastronômica.

   



Por incrível que pareça não vinho sozinho, tinha um segundo prato acompanhando, um arroz nortenho junto a uma bochecha de buri, gostoso mais do qual só consegui beliscar o peixe.






Sobremesas diferentes: Sobressaiu o "Cachanga", uma massa frita, leve e saborosa com aditiva mel de maracujá e frutas diversas, framboesas, uvas e kiwi com sorvete.



Empolgou menos o sorvete de queijo com leite de coco, canela e espuma de coco mas que não desmereceu nem um pouco a fartura, a qualidade e a originalidade da proposta.

 TODA esta comida, com drinques, águas, refrigerantes e VINHO  a vontade (um corretíssimo sauvignon blanc e um meia boca cabernet sauvignon chilenos) viram os 210 reais por cabeça, já com o serviço incluso (tudo incluso de fato), numa janta custosa, mas bem longe de ser cara... barata diria ate considerando a matéria prima utilizada.

Brilhante iniciativa, execução e tempos de serviços genialmente conduzidos, com um serviço em salão exemplar.
Parabéns  Anthony Vázquez, parabéns La Mar!