sexta-feira, 12 de setembro de 2014

VINHOS ARGENTINOS MEDIA/ALTA GAMA

4 VINHOS - TRÊS  SUGESTÕES 




YACOCHUYA  MALBEC 2007
              INDOMÁVEL




Se você gosta dum vinho mais selvagem, de grande estrutura, dum vinho complexo para ir redescobrindo a cada taça, aquele que explode em boca, de taninos firmes mas redondinhos, de final persistente e guloso este é seu vinho!
Nariz potente e especiada já adverte o poder deste "Yaco".
Vinho intenso, profundo. com o carimbo de Guru Michel Rolland.
Malbec de altura, saltenho e não mendocino, dos Valles Calchaquíes em Cafayate, regiáo de grandes brancos, com 18 messes de barricas francesas.
Suculento, vinho de guarda e de culto.
Eu usei o decanter para abrir ele mais rápido...sugerível mas não obrigatório  
Vinho super sugerido!...preço alto aqui no Brasil: a Grand Cru o vende na faixa dos 320 reais.Vinho caro na Argentina também, na faixa dos 110/130 reais trocando bem seu dinheiro.



BEN MARCO EXPRESIVO 2008 
- Vinho com cintura-



Reconheço que eu tenho uma queda com tudo o que a Susana Balbo, dona da vinícola Dominios del Plata, e também agora nova presidente do Wines of Argentina produz.
Já a sua primeira linha, os Crios, são um ótimo custo benefício, principalmente seus brancos, onde tanto o Torrontes, mais famoso, quanto o Chardonnay, untuoso, possuem um RPQ muito bom aqui no Brasil na faixa dos 35/40 contos.
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Este Ben Marco Expresivo é um blend da alta gama da adega, e justifica plenamente seu preço médio alto na Argentina (na faixa dos 50 reais se trocar bem seu dinheiro) mas nem tanto aqui, no super exagerado valor fixado pela importadora Cantu, quem o vende acima dos 150, o que diminui sensivelmente seu RPQ.

Este corte de 50% Malbec e varias outras uvas, com predominância de Syrah e do Cabernet Sauvignon, é um belo exemplar do que como um vinho de corte pode ser melhor do que um varietal único, onde cada uva faz a sua parte e acrescentam o produto final, e onde os 14 messes de barrica francesa e americana de primeiro uso dão estrutura, harmonia completando o conjunto da obra



É um vinho "com cintura", pois consegue mostrar todo o seu potencial  powerful e suculento para harmonizar carnes vermelhas pesadas como também mostra seu lado mais sutil, mais elegante, harmonizando pato ou porco.

O imagino um ótimo parceiro também para bebe lo sozinho num por do sol em outono, numa bela varanda (tenho uma garrafa guardada a tal efeito).
Bouquet de frutos pretos, especiadinho, sedutor em nariz.
Em boca cumpre todas as promessas: saboroso, elegante, fácil de beber, bem estruturado e de bom corpo....final persistente e guloso...sensual, cativando ao palato avido por mais.


Outro sugerido! 




TRIVENTO GOLDEN RESERVE MALBEC  2011



Concha y Toro, a diferencia da Susana Balbo e seus Dominios del Plata, produz inicialmente o efeito contrario quando me topo com um vinho deles; acho a vinícola uma gigante, bem mais focada ao volume do que a qualidade em linhas gerais.
Este Trivento pertence a eles, que compraram e muito terras deste lado da Cordilheira.
É um bom Malbec, que talvez possa evoluir ainda em garrafa (passou 12 messes barricado e mais doce em garrafa antes de sair ao mercado) mais não foi um vinho que me voou a cabeça.  

Mesmo o considerando um bom Malbec, achei ele tecnicamente correto em cada um dos quesitos, mas talvez corretos demais, quase como uma formula matemática: boa nariz, boca doce no início, final persistente e apimentadinho, taninos maduros, vinho redondo, madeira que não sobressai tanto e adiciona estrutura... mas pecou pela falta de elegância, de complexidade que  um vinho de alta gama acostuma ter também junto aos outros atributos apontados.
Bom malbec, não extraordinário.

Na faixa dos 90/100 reais aqui no Brasil.






ALFA CRUX MALBEC 2007



Outro Malbec de altura, do Valle de Uco, terroir que junto com Gualtallary estao na boca de todos hoje em dia.
Vinícola jovem, propriedade dum espanhol, José María Ortega Fournier, que veio ha menos de 15 anos interessado no solo de Mendoza e motivado pelo preço da hectare daquele momento, decididamente menor ao da região do Douro.
O resultado da vinícola como um todo é bem promissor em linhas gerais: a linha Urban é de um muito bom custo beneficio incluso aqui no Brasil, onde a importadora Da Vinci os vende na faixa dos 35/40 reais.

Enquanto a este Malbec barricado 18 messes e que encantou a muitos formadores de opiniões, entre eles WS com 92 pontos, RP com 91 e o inglês Tom Stevenson entre outros, não produz o mesmo efeito em mim na primeira metade da garrafa consumida assim que aberta.
Se apresentou em nariz com um bouquet bem aromático, especiado, fruta vermelha bem madura... bem convidativo, mas em boca achei ele um pouco duro, precisando se soltar ainda.
A outra metade da garrafa consumida  em casa, tirado o vácuo duas horas antes e servido na temperatura perfeita mostrou sua outra cara: guloso e elegante, fruta e madeira numa bela parceria, bem estruturado e o que achei melhor deste belo exemplar, GRANDE FINALE: de persistência marcante, intenso, voluptuoso, quase aditivo.



Da Vinci vende ele por R$230, mas é um vinho que para mostrar o seu melhor precisa respirar, e mais de meia hora; para tomar em conta na hora de abrir a garrafa.

Saúde!


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