sexta-feira, 15 de abril de 2016

SÃO PAULO RESTAURANT WEEK 2016 - ALL SEASONS

  VENTOS DE CAMBIO  

 

All Seasons sempre foi um dos meus prediletos em cada uma das edições do SPRW pois sempre se mostrou como uma opção gourmet, fazendo maravilhas com o limite imposto pelo festival referente ao valor total da refeição a ser cobrada.

Desta vez as sensações foram diferentes, talvez não tenham perdido essa elegância visual, a forma de apresentar o prato, mas alguns sabores e principalmente os tamanhos deles deixaram e muito a desejar.

A primeira sensação inicial foi de desilusão por saber que o grande Chef suiço, Christophe já não esta mais no comando do restaurante...mas ao mesmo tempo serviria para determinar e avaliar ao restaurante sob os novos chefes, aparentemente os dirigidos anteriormente por Christophe.

Começamos e muito bem com a entrada um saboroso cous-cous com abundantes frutos do mar (foto de capa); sabor marcante, bem apresentado....talvez um pouco mais de cous-cous (o que não representaria um costo elevado) tivesse fechado com chave de ouro, mas um começo bem promissor.


Quando os principais chegaram a desilusão (segunda já) tomou conta da mesa: Meu crocante de pato com legumes e risoto de aspargos parecia uma entrada.
Peço para vocês prestarem atenção para a foto, fixem a vista no importante do prato, não naquelas assinaturas que os chefes modernos acostumam fazer com o molho; tirem mentalmente a cestinha que envolve ao risoto e aí descobrirão que o prato principal é na verdade só uma amostra dele.
O crocante de pato com legumes eram dois rolinhos diminutos, saborosos sim, mas inapresentáveis e inconsistentes como prato principal.
O risoto estava delicioso,  cremoso, no ponto, bem sucedido, mas em quantidade inaceitável



O Filé de Cod Fish em crosta de azeitona, numa quantidade apenas mais generosa não sobressaiu nem tirou suspiro nenhum na mesa, de fato a crosta de azeitona preta invadiu o prato deixando ao peixe num segundo plano



A sobremesa acalmou a irritação provocada pelos principais e deixou um mini sorriso no rosto; porção surpreendentemente generosa e bem lograda. A patisserie sempre foi um carro forte da casa e não desapontou nem um pouco: um mil folhas de manga com chiboust de bacardi realmente gostoso: massa deliciosa, crocante com uma manga suave e cremosa.


Empolgou menos o duo de goiabada e mascarpone com sorvete de lichia.
A goiabada levada ao outro plano, mais suave e cremosa perdeu impacto e sabor e o mascarpone não tinha esse sabor marcante esperado.


Minhas sensações finais, alem do bom atendimento do maitre e dos garçons foi de insatisfação.
Descuido e grande nas proporções de cada um dos pratos gerou um mal-estar serio nas mesas, não só na minha.
O problema parece mais ser de gerenciamento do que de costos, atento a que dobrar o tamanho do risoto e/o do cous-cous no deveria representar um valor alto...e caso fosse só bastaria diminuir o tamanho da sobremesa para acrescentar os dois pratos que a antecedem.

Christophe foi embora, e seus discípulos aparentam ter o jeito de cozinhar bem, só que as proporções não podem ser um assunto menor numa refeição.
Não saí com fome, mas não saí satisfeito, e isso para mim é um divisor de águas na hora de repetir um restaurante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário