sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ARGENTINA PREMIUM TASTING SAO PAULO III

TASTING DAY 
ULTIMAS 14 JOIAS


Nesta ultima matéria sobre o que denominei "O Evento do Ano", realizado na Casa Argentina em São Paulo e promovido pela WofA e a Inprotur, não quero deixar passar interessantíssimos aportes que os winemakers deixaram nas clinicas do primeiro dia do evento. 

É bom entender que os vinhos, mesmo duma mesma vinícola, com o mesmo tempo estacionado, baixo todos os mesmos procedimentos de colheita e fermentação e dum mesmo varietal não são todos iguais, depende e muito da região, do solo dela, do clima, da altitude: o terroir estabelece diferenças marcantes pelo que um Malbec por exemplo, como explicava Sebastian Zuccardi, terá a sua expressividade aromática clasica em La Consulta, uma região a 980 mts de altitude, e sera bem mais denso e mais potente em Gualtallary a uma altitude maior (1.250mts)... mais elegante em Altamira ou mais herbáceos em Vista Flores.
Alejandro Vigil mostrou essas diferencias com amostras de Chardonnay e Cabernet Franc do mesmo vinhedo mas de diferentes solos.

É bom saber também que caras como estes estão em movimento permanente, que fogem das zonas de conforto.
Daniel Pi (da gigante Penaflor e do seu projeto familiar Tres 14) pesquisa zonas mais úmidas  no Atlântico, enquanto o grande Ale Vigil pretende fazer Chardonnay com menor  graduação alcoólica (mas que não modifique o "meu" Angelica Zapata por favor, 14,5% geniais!)



A CATA

Os últimos 14 vinhos apresentados nos três flights finais foram tão equilibrados na comparação, pelo alto nível de cada rotulo, que foi praticamente impossível escolher um ganhador em cada caso.

Do primeiro flight gostei de absolutamente todos, da força sem perder a elegância do Tukma Gran Corte, do final de boca do Gran Familia de Giménez Rilli, da cremosidade e persistência em boca do Monteviejo Peleritti Selection Blend, da estrutura e a fruta do Riccitelli Vineyard Selection  e da boca aveludada e o balance do Eolo da Trivento, os cinco com uma nariz sedutora,expressiva e envolvente.


O segundo flight trouxe uma escolha igual de complicada: o elegantíssimo e "afrancesado"Carmelo Patti Cabernet Sauvignon, a suculência de boca e a sutileza da nariz do Trapiche Iscay, o balance e a sofisticação do Nosotros, com uma boca quase orgásmica, e o Luca com a sua boca aveludada e deliciosa com taninos firmes.
O Demente do Matías Michelini me chegou frio e não consegui avalia lo direto...comprarei ele na próxima viagem.





O ultimo flight  foi dum nível alucinante também: O Malbec do Daniel Pi, o Tres 14 mostrou parte do seu potencial, promete e muito, talvez precise evoluir ainda em garrafa, mas já me seduz logo de cara, para comprar e guardar...explosão em boca garantida.
O harmonioso e delicado Mendel Unus 2010 concorreu com a mineralidade e a elegância do malbec do Zuccardi Aluvional Altamira 2011 e com o melhor do flight: 
 o Adrianna Malbec 2010 da Catena Zapata.

Vinho contundente, poderoso, intenso e mineral em boca com grande final e uma nariz sutil, floral e algo herbácea. Vinho diferente, único. 

Considerações finais:

Brilhante a iniciativa do Nicolás Aleman de levar o evento fora de Mendoza, e mais ainda que tinha escolhido São Paulo...todos nós agradecidos.
Grande Premium Tasting  em definitiva, com alguns detalhes a corregir (a temepratura dos vinhos por exemplo) mas com grandes enólogos sem postura alguma, acessíveis, dispostos a compartilhar o seu conhecimento e a mostrar a diversidade do que a Argentina tem a oferecer alem do Malbec, seu carro chefe:  blends, cabernet franc e principalmente  terroirs... que permitiram apreciar por exemplo malbecs bem diferenciados expressando as particularidades do solo.

Esta sabidória em parceria com mais de 30 rótulos sensacionais, vinhos altamente pontuados e de reconhecimento mundial, e a chance de experimentar vinhos que ainda nem são comerciais significaram para mim O EVENTO DO ANO.












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